sábado, 07 de junho, 2025
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Em coletiva de imprensa realizada na semana ada, a Dorna, que gere a MotoGP, e o governador de Goiás Ronaldo Caiado, confirmaram o retorno do Mundial de Motovelocidade ao Brasil após 22 anos de ausência. A partir de março de 2026, Goiânia sediará a etapa brasileira da categoria no Autódromo Internacional Ayrton Senna, que recebe hoje provas da Stock Car. O contrato assinado no evento transmitido para a imprensa é de cinco anos, e a etapa deve ser em março de 2026.
O encontro contou com a presença do CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, e o CEO da Brasil Motorsport, Alan Adler, empresa promotora do evento e também do GP de São Paulo da Fórmula 1.
O secretário de governo Adriano da Rocha Lima revelou que as conversas com a Dorna remontam a julho, na etapa da Espanha da temporada 2024 da MotoGP.
Em razão do acordo, o Autódromo Internacional Ayrton Senna receberá investimentos de cerca de R$ 100 milhões, e ará a partir de janeiro por reformas que devem durar seis meses - em setores como a pista, arquibancadaa, boxes, cessos, torres de comando, postos médicos e camarotes. As mudanças foram acordadas com a Dorna. O governo espera até 100 mil espectadores no circuito goiano.
Ainda de acordo com o governo, o investimento promovido por Goiás para receber a MotoGP será recuperado com os impostos gerados com a promoção do evento, números estimados em cerca de R$ 170 milhões. A expectativa é que, ao todo, seja movimentado R$ 1 bilhão.
- Nós sentimos muito a falta do Brasil, por muitos anos. A coisa mais importante para nós é estarmos comprometidos em fazer algo especial para a América do Sul e o Brasil. Estamos começando hoje um trabalho, duro, para fazer desse evento o melhor do mundo - disse Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna.
- Dentro daquela imagem que vimos da corrida aqui em Goiás em 1987, comparando com as motos de hoje, a única diferença que eu quero ver é que ao invés de termos um espanhol campeão tenhamos um brasileiro. Mas é importante que possamos mostrar que a paixão do brasileiro por moto é algo inimaginável; milhares de brasileiros iam para a Argentina assistir, e agora eles vão vir para cá. (Goiás) É um estado que é exatamente o centro do país; tem um povo hospitaleiro, e é o estado mais seguro do Brasil. Goiás não tem a MotoGP há 35 anos. E vai ser o evento mais organizado que vocês vão assistir, porque faremos algo que ficará na memória da MotoGP - prometeu o governador Ronaldo Caiado, que se referiu a Goiás como o "estado-mãe da MotoGP no Brasil".
A MotoGP esteve no Brasil pela última vez em 2004: a categoria promoveu nove etapas, de 1995 a 1997, e de 1999 a 2004, no hoje extinto Autódromo de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Houve outras tentativas de trazer o campeonato de volta ao país, mas os planos de uma prova em Brasília, em 2015, não avançaram.
Não será a primeira vez do Mundial em Goiânia: a pista do Centro-Oeste brasileiro também sediou três corridas da MotoGP, em 1987, 1988 e 1989 - a primeira, valendo o título que ficou com Wayne Gardner. Três anos depois, foi a vez do Autódromo de Interlagos em São Paulo, mas as visitas em São Paulo não se estenderam.
- É uma honra estar aqui exatos 20 anos após o último evento. Corremos aqui (em Goiás) por três anos e todas as provas foram vencidas por lendas. E eu acredito que a corrida aqui será incrível para todos os fãs e os pilotos. As simulações apontam que essa será a pista mais rápida de todo o calendário (em velocidade média). Vai ser um evento incrível dentro e fora das pistas. A MotoGP está emocionada em estar aqui. Acho que essa é uma notícia ótima para o governo de Goiás - adicionou Carlos Ezpeleta, diretor esportivo da Dorna.
O anúncio, porém, sucede notícias que afetam a estabilidade política em Goiás: o governador Caiado foi multado em R$ 60 mil por abuso de poder político, e tornado inelegível por oito anos - embora a decisão não afete seu mandato em vigência.
O parlamentar do União utilizou a sede do governo, o Palácio das Esmeraldas, para a realização de um evento em apoio à candidatura de Sandro Mabel, prefeito eleito da capital Goiânia. Mabel também foi multado em R$ 40 mil, e tornado inelegível pelo mesmo período - além de ter sua chapa com a vice-prefeita eleita Cláudia da Silva Lira cassada. Porém, a defesa do prefeito eleito pelo União garante que a sentença não afetará a diplomação e posse de ambos.
Estiveram presentes na do contrato os pilotos brasileiros Diogo Moreira e Eric Granado. Moreira, de 20 anos, conquistou em 2024 o primeiro pódio na base da MotoGP em 51 anos: ele começou a competir na Europa em 2017; correu em 2022 na Moto3 vencendo uma corrida, e subiu ao pódio três vezes.
O paulista migrou neste ano para a Moto2, representando a Italtrans Racing Team. Ele terminou o campeonato em 13º lugar e foi nomeado o Estreante da Temporada. Granado, por sua vez, é tetracampeão da SuperBike Brasil. O piloto de 28 anos disputa desde 2019 a MotoE, categoria elétrica de motovelocidade da qual foi vice-campeão em 2022.
No primeiro semestre deste ano, a MotoGP ganhou uma nova proprietária: a Liberty Media, que também gerencia a Fórmula 1. Em um acordo de 4,2 bilhões de libras, a empresa americana de mídia ou a comandar 86% das ações do Mundial de motovelocidade.
Aléx Viana
Não se tem dúvida de que no Brasil impera o recrudescimento no âmbito penal, é por isso que o país tem a 3ª maior população carcerária do...
14 de fevereiro de 2025
Não se tem dúvida de que no Brasil impera o recrudescimento no âmbito penal, é por isso que o país tem a 3ª maior população carcerária do mundo, com mais de 800 mil pessoas presas no sistema penitenciário.
A consequência desse punitivismo exacerbado está no crescente número de demandas judiciais nos Tribunais Superiores, para se ter uma ideia o STF julgou mais HCs nos últimos 15 anos do que nos 100 primeiros anos de sua existência. No ano 2000 o STF recebeu 970 HCs, já em 2023 recebeu 2.760. O STJ no ano 2000 recebeu 3.087, e, em 2023 recebeu 18.227 HCs. Portanto é inquestionável que a demanda dos Tribunais Superiores aumentou consideravelmente.
Esse aumento da demanda vem motivando muitas reclamações dos Ministros. Mas o problema não é a demanda em si, mas, sim, a causa dela. Não existe na nossa cultura jurídica uma cultura de respeito aos precedentes judiciais, vou além, não existe uma cultura de respeito a Constituição e ao Código de Processo Penal. Após 35 anos da promulgação da Constituição de 1988 ainda se discute nos Tribunais o direito da defesa ter o aos autos.
No Brasil os direitos e garantias fundamentais do ser humano não são respeitados, aqui se pratica uma prestação jurisdicional personalíssima, onde o juiz cria uma norma processual própria. Até as prerrogativas da advocacia são transgredidas todos os dias, inclusive pelo STF. Réu e Advogado são tratados como inimigos de Estado.
Mas qual a razão dessa cultura? Certamente a razão mais significativa é a aporofobia, o ódio do sistema em desfavor do pobre. É impossível visualizar os dados e não enxergar que a desigualdade social e a ignorância do povo são as maiores condicionantes da nossa situação atual.
A matéria penal mais tratada no âmbito jurisdicional é relacionada ao tráfico de drogas, nela podemos observar que somente 11,25% das prisões por tráfico advém de investigações prévias, 88,75% advém de prisão em flagrante, desse número 75% são realizados pela polícia militar, e, somente, 15,49% são realizados pela polícia civil. Em suma o sistema enxuga gelo através da polícia militar prendendo peão. (Sentenciando o tráfico: o papel dos juízes no grande encarceramento / Marcelo Semer. – 1.ed. – São Paulo : Trirant lo Blanch, 2019, p. 158/159)
Como o sistema penal mira somente o pobre, o que é inquestionável ao se observar os dados, vigora no país a ideia de que a vida do pobre não tem muito valor, é por isso que a regra em primeira e segunda instância é prender e deixar preso, é por isso que vigora a ideia de que os fins justificam os meios, em que os direitos e garantias fundamentais são relativizados em prol da punição.
É impossível não rememorar Victor Hugo em “O ÚLTIMO DIA DE UM CONDENADO”, que no prefácio se critica que a abolição da guilhotina ocorreu para salvar nobres, isto é, enquanto os guilhotinados eram pobres estava tudo bem: “Se a tivessem proposto, essa desejável abolição, não por conta de quatro ministros despencados das Tuileries em Vincennes, mas por conta do primeiro salteador vindo, por conta de um desses miseráveis que os senhores mal olham quando cruzam com eles na rua, a quem não dirigem a palavra, cujo convívio empoeirado evitam instintivamente, um desse miseráveis, cuja infância maltrapilha correu descalça por ruas lamacentas (...)”.
Assim, não há dúvida que estamos vivendo um choque entre a ideia classista e punitivista do andar de baixo e a ideia progressista do andar de cima. Enquanto o STJ e o STF não efetivamente solidificar a cultura de precedentes, vamos continuar nessa queda de braço, que as instâncias inferiores saem ganhando quando os ministros não deferem de plano a liminar, haja vista o tempo que leva o julgamento do mérito de um HC.
Bispo
No quinto domingo do Tempo Comum, a Diocese de Coxim viveu uma forte experiência vocacional. No Centro Emaús, local de retiro, formação e oração, aconteceu...
14 de fevereiro de 2025
No quinto domingo do Tempo Comum, a Diocese de Coxim viveu uma forte experiência vocacional. No Centro Emaús, local de retiro, formação e oração, aconteceu o Encontro Diocesano de Catequese, reunindo mais de 120 catequistas para um momento de aprendizado e preparação. Com alegria e fé, esses catequistas se fortaleceram espiritualmente para mais um ano de missão, especialmente no acompanhamento das crianças que iniciarão sua caminhada cristã.
Além desse encontro formativo, a diocese também celebrou vocações específicas ao ministério sacerdotal. Dois novos seminaristas, Matheus e Edgar, ingressaram no Seminário Propedêutico, em Dourados, dando o primeiro o concreto em sua caminhada de discernimento. Já o seminarista Paulo Henrique recebeu a ordem do leitorado, um grau da ordem menor, fortalecendo ainda mais seu compromisso com a Igreja. Com a graça de Deus, vemos as vocações florescerem em nossa diocese, um sinal da presença amorosa do Pai que continua a chamar operários para sua messe.
A palavra “vocação” vem do latim vocatio, onis, que significa chamada ou convite. A vocação é um dom da graça divina, que se manifesta de forma sutil em nossos corações, como um sussurro do Senhor. No entanto, essa chamada exige uma resposta, um “sim” generoso e consciente. Embora a vocação seja uma iniciativa de Deus, cabe a cada um acolhê-la e cultivá-la com oração e discernimento. Como nos ensina a Lumen Gentium, “a vocação de todos os fiéis é um chamado à santidade dentro da Igreja”.
Muitas vezes, reduzimos a vocação apenas ao chamado sacerdotal, mas a Igreja nos ensina que há diversas vocações, todas essenciais para a edificação do Reino de Deus. Além da vocação presbiteral, temos a vida consagrada, o matrimônio e até mesmo os diversos ministérios leigos, como o serviço catequético. Cada um, segundo seu carisma, é chamado a testemunhar Cristo no mundo, respondendo ao chamado divino com generosidade e fidelidade.
Diante dessa riqueza vocacional, somos convidados a rezar pelas vocações e a incentivar aqueles que sentem o chamado de Deus. Assim como Jesus disse a Simão Pedro: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca” (Lc 5,4), somos desafiados a confiar na vontade do Senhor e responder ao Seu chamado com coragem. E, para aqueles que hesitam, vale lembrar as palavras de Cristo: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (Lc 5,10).
Que possamos, como comunidade de fé, ser um solo fértil onde as vocações possam germinar e dar frutos. Que a graça do Espírito Santo fortaleça todos os que disseram “sim” ao chamado do Senhor, para que possam servir com amor e dedicação na missão que lhes foi confiada.
TV Divino, Pastoral da Comunicação da Catedral São José