sexta, 06 de junho, 2025
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Um estudo liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP alerta que a demência e outros comprometimentos cognitivos em idosos hospitalizados frequentemente não são reconhecidos pelas equipes de saúde, o que pode impactar negativamente o tratamento e a recuperação dos pacientes.
A pesquisa, publicada no Journal of the American Geriatrics Society, aponta que cerca de dois terços dos pacientes com 65 anos ou mais internados em hospitais apresentam algum grau de comprometimento cognitivo, como perda de memória. Um terço tem diagnóstico de demência.
Segundo o professor Márlon Aliberti, primeiro autor do estudo, a não identificação dessas condições ocorre porque o foco dos profissionais geralmente está na enfermidade aguda que levou à internação, como infecções ou problemas cardíacos.
“No entanto, a demência influencia diretamente a resposta a medicamentos, aumenta o risco de delírio, prolonga a internação e dificulta a reabilitação”, destaca Aliberti.
O estudo mostrou ainda que, entre os casos de demência identificados, cerca de metade nunca havia sido diagnosticada anteriormente — permanecendo desconhecida até o momento da internação, inclusive por médicos e familiares.
Essas alterações cognitivas já estavam presentes antes do episódio agudo, mas não haviam sido reconhecidas, o que prejudica o planejamento adequado dos cuidados durante e após o período hospitalar.
Para lidar com essa realidade, os pesquisadores propõem uma triagem simples: uma entrevista à beira do leito com um familiar ou cuidador próximo, realizada nos primeiros dias de internação.
A professora Claudia Suemoto, responsável pela supervisão do estudo, explica que a estratégia permite identificar déficits cognitivos mesmo em pacientes que não conseguem participar diretamente da avaliação. “Não se trata de um diagnóstico definitivo, mas de uma triagem eficiente que pode ajudar no melhor planejamento do cuidado hospitalar”, afirma.
Com a identificação precoce do comprometimento cognitivo, é possível orientar melhor os cuidados após a alta, como a necessidade de apoio familiar mais estruturado, especialmente em casos de pacientes que vivem sozinhos.
“Isso pode evitar complicações futuras e até novas internações”, explica Suemoto.
O novo método foi testado em cinco hospitais de São Paulo, Belo Horizonte e Recife, apresentando eficácia superior a 90%. Com os resultados positivos, a abordagem será implementada na rede do grupo de estudo Change, ligado à Faculdade de Medicina da USP.
Mais de 250 profissionais já foram treinados para aplicar a ferramenta em 43 hospitais do Brasil e de outros quatro países: Angola, Chile, Colômbia e Portugal.
O estudo foi conduzido pelo Laboratório de Investigação Médica em Envelhecimento, sob a supervisão da professora Claudia Suemoto, em parceria com a professora Monica Yassuda, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, e a médica Regina Magaldi, da Divisão de Geriatria do Hospital das Clínicas da USP.
Saúde Mental
Psicólogo Clínico || CRP 14/07127-2 || @renanmaia.psi Frio na barriga, nó no estômago, coração acelerado, mãos...
6 de junho de 2025
Psicólogo Clínico || CRP 14/07127-2 || @renanmaia.psi
Frio na barriga, nó no estômago, coração acelerado, mãos e pés gelados, tremores, boca seca... O corpo alerta, como se estivesse diante de uma ameaça real — mas o perigo, muitas vezes, não está fora, está dentro. E então vem o pensamento repetitivo, a angústia de não conseguir parar, o medo do que pode acontecer e o desejo desesperado de fazer tudo isso ar logo.
A ansiedade, tão presente no vocabulário cotidiano, é também um dos maiores desafios da saúde em nosso tempo. Não é exagero: somos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país mais ansioso do mundo. Isso mesmo, somos campeões em algo que ninguém quer vencer. Mas o que há de tão adoecedor em nosso estilo de vida que nos leva, em massa, a esse estado de alerta constante?
A ansiedade não é, por si só, uma vilã. É um mecanismo de sobrevivência que herdamos ao longo da nossa humanidade, isso para nos preparar diante de perigos ou desafios reais. O problema é quando essa reação se torna desproporcional — intensa e duradoura demais — transformando o que deveria ser proteção em sofrimento. Hoje, muitos vivem permanentemente em “estado de emergência” — mesmo sem nenhum incêndio à vista.
A sociedade contemporânea, com suas exigências de performance, conexão constante e culto à produtividade, se tornou um terreno fértil para a ansiedade florescer. Somos ensinados desde cedo a “não parar”, a “não falhar”, a “dar conta”. Quando não conseguimos (porque ninguém consegue o tempo todo), nos culpamos, nos comparamos e nos desgastamos — física e emocionalmente.
O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, em sua obra A Sociedade do Cansaço, descreve esse fenômeno com precisão: vivemos na era do “excesso de positividade”, onde não há espaço para o não, para a frustração, para a pausa, para a dor... E isso nos adoece. A ansiedade nesse contexto é, além de um adoecimento individual, um sintoma coletivo.
Mas se o adoecimento é multifatorial, o cuidado também precisa ser. A psicoterapia é uma das ferramentas mais eficazes para compreender os gatilhos emocionais e modificar os padrões de pensamentos disfuncionais. Mais do que se livrar da ansiedade, o objetivo é aprender a controlar, sem que ela nos controle. Conviver com ela de forma mais saudável, sem que ela nos paralise.
É preciso também reaprender a viver no tempo da vida (orgânica) — que não é o tempo dos algoritmos (artificial). Pequenos hábitos como caminhar prestando atenção no caminho, silenciar o celular por algumas horas, conversar com as pessoas que amamos e respeitar os próprios limites, são formas de resistência emocional.
Cuidando da ansiedade na prática:
1. Observe seus sinais
Corpo e mente andam juntos. Perceba como e o que desperta a ansiedade em você (o gatilho nem sempre é externo e pode estar dentro dos seus pensamentos).
2. Respire com atenção
A respiração consciente é um antídoto simples e eficaz contra o aumento da ansiedade. A meditação guiada e a respiração 4-7-8 são técnicas que podem te ajudar a controlar a respiração, se tornando grandes aliadas.
3. Questione seus pensamentos automáticos
Nem tudo o que pensamos é verdade. Às vezes, a mente interpreta situações de forma distorcida e equivocada. Identificar e corrigir esses pensamentos ajuda a quebrar padrões disfuncionais.
4. Crie rotinas que te sustentem, não que te sufoquem
Ter uma estrutura diária pode ajudar, desde que ela não vire mais uma fonte de cobrança. Estabelecer uma rotina saudável e previsível é de suma importância, mas há que ter flexibilidade com os imprevistos.
5. Busque apoio psicológico
Não é necessário esperar “piorar” para procurar ajuda. A psicoterapia é também um espaço de prevenção e crescimento.
Saúde
Uma adolescente de 17 anos confessou nesta terça-feira, 3, ter colocado veneno no bolo que vitimou a jovem Ana Luiza de Oliveira Neves, da mesma idade, em Itapecerica da Serra, cidade da...
4 de junho de 2025
Uma adolescente de 17 anos confessou nesta terça-feira, 3, ter colocado veneno no bolo que vitimou a jovem Ana Luiza de Oliveira Neves, da mesma idade, em Itapecerica da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo.
A vítima morreu no último domingo, 1°, por conta de uma intoxicação alimentar depois de comer o bolo de pote, que foi enviado para a sua casa no sábado, 31. O doce estava acompanhado de um bilhete, com o seguinte recado: “Um mimo pra garota mais linda que eu já vi.”
As motivações para o crime não foram informadas. A polícia também não deu detalhes sobre a identidade da suspeita. Por esse motivo, não foi possível localizar a sua defesa.
Ana Luiza chegou a ar por atendimento médico depois dos primeiros sintomas, mas teve alta hospitalar e faleceu no dia seguinte. A jovem foi velada e enterrada na manhã desta terça-feira, 3, no cemitério municipal Recanto do Silêncio.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), o caso é investigado pela Delegacia de Itapecerica da Serra. “Segundo a Polícia Civil, a jovem foi ouvida e confessou ter colocado veneno em um bolo entregue à vítima”, disse a SSP-SP.
‘Doce não foi entregue por um motoboy’
O bolo foi fabricado pela loja Menina Truja, que foi às redes sociais esclarecer que o doce não foi entregue por um motoboy da empresa.
“Uma pessoa adquiriu o produto na loja como se fosse para consumo próprio, levando este para outro lugar que ainda é desconhecido”, publicou a loja.
“A pessoa não recebeu esse produto por meio dos nossos motoboys. Todos os nossos clientes sabem que recebem os produtos pelos nossos motoboys próprios”, continuou a empresa.
Na segunda-feira, 2, um outro vídeo também foi publicado pelo estabelecimento. “Estamos contribuindo com a investigação e deixamos bem claro que não temos nenhum envolvimento com isso. Estamos aqui também prestando nossas condolências à família da vítima pelo ocorrido”, disse uma das representantes do estabelecimento.
Fonte: CE/ML