Entrevista
Transformando Dor em Coragem: A Jornada de João Felipe, 25 anos e um diagnóstico de luta e esperança
Dizem que Deus escolhe os for- tes, e acredito que após minha cirurgia e minha cura eu possa servir de testemunho para outras pessoas que este- jam ando por dificuldades também.
2 MAI 2025 • POR (Glenda Melo - Diário do Estado) • 00h10Nosso entrevistado da semana viu sua vida mudar drasticamente do dia para noite após um diagnóstico da descoberta de um tumor que segundo os médicos podem o deixar sem movimentos e em uma cadeira de rodas, mas entre se lamentar e lutar ele escolheu lutar pela sua vida.
Nos últimos dias esse morador de Coxim viu seu rosto e sua história estampados em uma vaquinha virtual criada por uma amiga para uma cirurgia que pode mudar o final dessa história, colocando fim em um drama e trazendo um final feliz.
João Felipe Bello Tio, 25 anos, motoboy, devoto de Nossa Senhora Aparecida, apaixonado por moto, um jovem cheio de vida que adora sair com os amigos, tinha uma rotina de trabalho e vida social normal como tanto outros jovens recebeu esta jornalista em sua casa, junto de sua mãe e demais parentes para uma entrevista emocionante e uma verdadeira lição de fé e resiliência. Acompanhe essa entrevista e se emocione junto com a gente.
Diário do Estado: Vamos lá João, primeiro queria te agradecer por nos receber aqui na sua casa em meio a esse turbilhão que virou sua vida nesses últimos meses.
João Felipe: Glenda, eu que agradeço a oportunidade que vocês estão me dando de contar um pouco a minha história, para que as pessoas saibam de fato como tudo começou, como estão e quais serão os meus próximos os.
Diário do Estado: Como era sua vida antes de tudo virar de ponta cabeça? e já já você vai contar para gente sobre o diagnóstico, mas antes vamos falar dos meses que antecederam seu diagnóstico
João Felipe: Minha vida era normal, como de tantos jovens, acordava cedo, trabalhava há 2 anos na pró animal estava trabalhando quando comecei sentir algumas dores, mas como eu já havia feito uma cirurgia no tendão achei que as dores e formigamentos que comecei a sentir eram por conta dessa cirurgia, mal sabia que era algo bem mais sério, trabalhava o dia todo, chegava em casa no final do dia, gostava de praticar esportes jogava beach tennis, ia para igreja com frequência, sou católico praticamente, muito devoto de Nossa Senhora, tudo que eu gostava de fazer não posso fazer mais, minha vida está em suspenso.
Diário do Estado: Então em novembro de 2024 você começa a sentir que alguma coisa estava errada?
João Felipe: Sim, principalmente por conta das dormências, e o lado que começou a ser comprometido foi o lado esquerdo, braço esquerdo, mão esquerda, perna e pé, as dores também começaram, aram de áveis ao nível que eu não dormia mais com tanta dor, ei então fazer uso com frequência dos remédios a base de morfina.
Diário do Estado: E a partir daí o que você faz?
João Felipe: Eu então marco uma consulta com o Dr Claudomiro aqui em Coxim, ele me disse que essas dores e dormências não seriam por conta da minha cirurgia do tendão, ele me ou alguns exames em específico um exame chamado ELETRONEUROMIOGRAFIA que é basicamente para ver nossa sensibilidade, Dr Claudomiro também já me disse que eu teria que ar por um neurologista em Campo Grande, esse olhar mais apurado do Dr Claudomiro foi determinante para que eu buscasse ajuda fora para o meu caso e recebesse logo esse diagnóstico para começar o tratamento.
Diário do Estado: Você em seguida deixa Coxim e segue para Campo Grande para os exames, mas você imaginava que seria alguma coisa tão grave? E como foi o exame?
João Felipe: Nem de longe, fui preocupado sim, mas não imaginei que seria isso. Cheguei em CG fiz esse exame, o ELETRONEUROMIOGRAFIA com o Dar Nilson Moro, que constatou que todo meu lado esquerdo do corpo estava " morrendo" se assim eu posso dizer, eu já havia perdido toda a sensibilidade deste lado do corpo, esse exame era basicamente colocar agulhas em todo meu corpo, e foi aí que descobri que poderia ser mais sério do que eu imaginava, então fui encaminhado para o Neurologista Dr Eurico, que me internou na Santa Casa de Campo Grande, fiquei 8 dias internado fazendo exames entre ressonância e outros exames e aí veio o diagnóstico: EU TENHO UM TUMOR QUE ESTA COMPRIMINDO A MINHA COLUNA
Diário do Estado: E você se lembra como o médico te falou isso? e como foi receber essa notícia?
João Felipe: Ele me disse que havia sido encontrado esse tumor na minha coluna e que esse tumor estava comprimindo minha medula e que já havia começado a comprometer meus movimentos e que eu precisava operar o quanto antes, o caso poderia progredir rapidamente e a consequência é essa que estou vivendo hoje, já com o lado esquerdo do meu corpo bastante comprometido, já não me visto sem ajuda, perdi minha autonomia e independência, preciso da minha família e amigos para fazer o básico como me vestir, amarrar os cadarços, ando com a ajuda de muleta e bengala e se eu não operar logo o quadro pode piorar ainda mais e logo meu corpo todo pode ser comprometido.
Diário do Estado: E porque a cirurgia já não foi feita em Campo Grande pelo SUS?
João Felipe: Foi bem em uma época que alguns médicos deixaram a Santa Casa e não havia naquele momento um especialista para me operar e minha cirurgia era e emergência e naquele momento não havia disponibilidade
Diário do Estado: Entre você receber esse diagnóstico e hoje você acha que o quadro evoluiu?
João Felipe: Sem dúvida, muito rápido de janeiro até agora piorou muito, muito mesmo, faço uso contínuo de remédios muito fortes para aliviar as dores e perder os movimentos foi muito rápido, hoje dependo das pessoas para absolutamente tudo e não faço mais as coisas que mais gosto na vida como pilotar minha moto, sair com amigos, jogar, cozinhar para os meus amigos, coisas que para as pessoas são coisas bobas mas são importantes, ter nossa independência e autonomia são coisas que nos traz dignidade, hoje nem trabalhar posso mais.
Diário do Estado: E como está sua situação no trabalho?
João Felipe: Infelizmente estou encostado pelo INSS, não tenho condição de trabalhar, mas todos lá são muito carinhosos comigo, preocupados, atenciosos, minha chefe a Dayana todos os dias fala comigo, me pergunta se estou precisando de alguma coisa, mas se Deus quiser logo vou poder retomar minha vida, andar normalmente, voltar a andar na minha moto, praticar meus esportes, cozinhar, ir à igreja, me vestir sozinho, fazer minhas coisas que hoje dou muito mais valor.
Diário do Estado: Você me disse que é muito religioso e devoto de Nossa Senhora o emocional está balançado eu imagino.
João Felipe: Essa é a parte que pesa Glenda, sinto as vezes meu emocional bem fragilizado, tenho chorado muito, rezado muito, pedindo para Deus que não me deixe fraquejar na minha fé e que eu não desista e que tire de mim os pensamentos que tenho as vezes.
Diário do Estado: Que pensamentos?
João Felipe: Glenda, estou ando um período bastante difícil, em que um jovem de 25 anos está privado de fazer as coisas que mais gosta, eu confesso para você que pensei em alguns momentos de fraqueza e desespero que tive em tirar minha vida e acabar com esse sofrimento, mas agora compreendo que tudo que está acontecendo comigo é por permissão de Deus dizem que Deus escolhe os fortes, e também acredito que após minha cirurgia e minha cura eu possa servir de testemunho para outras pessoas que estejam ando por dificuldades também como eu o agora.
Diário do Estado: Vamos falar sobre a ideia da vaquinha virtual que está rodando por aí em todo estado, de quem foi a ideia?
João Felipe: Glenda, acredito que Deus muitas vezes envia para nossa vida anjos em forma humana, em forma de amigos, foi isso que ele fez no momento em que eu mais precisava, realmente, conhecemos os verdadeiros amigos, aqueles que se importam com a gente nos momentos de dificuldade, tenho a sorte ou benção, não sei qual adjetivo usar de ter alguns desses anjos e eles se chamam, Fernanda, Cadú e mãe. A ideia da vaquinha foi da Fernanda, ela me ligou pediu meus dados e disse que iria fazer uma vaquinha virtual para que eu arrecadasse o valor necessário para a minha cirurgia. Desde que minha vida virou de ponta cabeça Cadú que é professor, e Fernanda que estuda enfermagem na UFMS aqui em Coxim não tem me deixado em nenhum momento sozinho, apesar de trabalharem e estudarem eles se desdobram para estarem ao meu lado, me tiram de casa para que eu possa sair um pouco, ver gente, e por conta da minha dificuldade de mobilidade agora não posso sair sozinho pois coisas que antes eu fazia como andar normalmente já não faço mais, ando com dificuldade, me desiquilibro, eles me levam para ver os jogos, para ver filmes, fazem almoços ou jantas para mim, sempre estão inventando alguma coisa para que eu possa sair de casa e não fique em casa, pois eu já havia tido depressão e ansiedade então eles tem essa preocupação também.
Diário do Estado: Em algum momento você imaginou que sua história teria essa proporção quando a Fernanda resolveu fazer a vaquinha?
João Felipe: Jamais, hoje as pessoas vem aqui em casa fazer doação de algum valor em dinheiro, ontem mesmo um senhor parou seu carro na frente de casa, minha mãe foi até lá e ele disse : É aqui que mora o menino que precisa do dinheiro para fazer a cirurgia? São coisas que emocionam a gente Glenda, ele nem me conhece, e tem sido assim, pessoas que não conheço, de Coxim, Sonora, Rio Verde, Pedro Gomes, Dourados, Campo Grande, ainda existem pessoas boas no mundo, que se preocupam com o outro sem esperar nada em troca, eu quero agradecer cada um que está me ajudando com qualquer valor, as pessoas ajudam como podem e isso que importa, o pouco com Deus é muito.
Diário do Estado: João, tem algum projeto que foi adiado por conta de tudo isso?
João Felipe: Todos Glenda, sonhos, eu não sou uma pessoa apegada em dinheiro, bens materiais, como você pode ver minha casa é simples, minha vida é simples como de tanta gente que trabalha, estuda, luta, tem sonhos, esperança de melhorar na vida, dar uma boa vida para minha mãe, eu nunca quis muito da vida, eu já era feliz com a vida que tinha, mas como tocar sonhos e projetos sem saúde? É impossível apesar de ser uma pessoa de fé não ter medo, sou jovem, tenho muitos sonhos para realizar, muita coisa que não fiz que ainda quero fazer e se eu perder meus movimentos vou me limitar em muita coisa, vou ter que reaprender a fazer tudo de uma outra forma.
Diário do Estado: Qual seu maior medo João?
João Felipe: Não conseguir fazer essa cirurgia e não poder mais andar, voltar a ter minha vida de volta (nesse momento João se emociona e chora)
Diário do Estado: João, sua mãe está aqui ao nosso lado acompanhando essa entrevista, posso fazer uma pergunta para ela?
João Felipe: Claro que sim Glenda.
Diário do Estado: Dona Rosidelma, como é para senhora como mãe acompanhar toda essa luta do seu filho?
Dona Rosidelma: (Dona Rosidelma se emociona bastante e chora, em seguida me responde: Para mim como mãe é muito difícil ver meu filho assim, nenhuma mãe aguenta ver um filho sofrer, João tinha uma vida normal, hoje ver meu filho depender da gente é muito difícil, ver ele sofrendo, triste, chorando, sem esperança as vezes, com pensamentos ruins, um dia esta tudo bem no outro começa essa luta, essa corrida contra o tempo para conseguir esse dinheiro, ele precisa fazer essa cirurgia logo para também começar a fisioterapia para que a vida dele volte ao normal o quanto antes, o que temos ado não é fácil para nenhuma família, se eu pudesse trocaria de lugar com meu filho, ele sempre foi um menino muito bom, nunca fez mal para ninguém, a ente só espera conseguir o valor dessa cirurgia logo, para que ele opere e todo esse sofrimento termine.
Diário do Estado: Você me disse que estava pagando uma viagem para APARECIDA,quando é essa viagem?
João Felipe: A viagem já está paga, eu vinha pagando esse pacote de viagem e se Deus quiser vou poder ir para agradecer a benção da minha cura
Diário do Estado: Quais os próximos os agora João?
João Felipe: Dia 13 agora de maio embarco para Brasília, vou até o Hospital Sarah Kubitschek que é especializado em casos como o meu, vou tentar minha cirurgia por lá também, torçam por mim.
Diário do Estado: João antes de encerrar gostaria de agradecer por você nos conceder essa entrevista, você disse que ainda não havia falado com ninguém sobre sua história e agradeço por confiar no Jornal Diário do Estado para sermos os primeiros a contar sua história.
João Felipe: Glenda, eu que agradeço por você contar minha história, vir até minha casa, conhecer minha realidade e levar minha história para tantas pessoas, também quero aproveitar para agradecer novamente cada pessoa que doou até agora, independente de valor o que importa é o gesto e aqueles que estão ajudando com a minha cura, espero agradecer cada um que ajudou assim que conseguir fazer a minha cirurgia e acredito que este dia está próximo, se Deus permitir chegaremos nesse valor de 40.000 ( quarenta mil reais) ainda neste mês de maio, que Deus abençoe todos que doaram até agora e quem puder doar eu agradeço de todo meu coração, agradeço as pessoas que estão em oração por mim e que acreditam que sairei vencedor dessa batalha, eu jamais terei como pagar tudo que vocês estão fazendo, mas em minhas orações diárias estão todos que estão segurando na minha mão, muito obrigado por tudo. OREM POR MIM!
Caso seja necessário entrar em contato com o João Felipe, o celular dele com WhatsApp é: (67) 9 9667 8090.
Ajude! Qualquer valor será bem-vindo, usando a chave Pix: 5466094@vakinha.com.br