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Oscar 2025

Ainda Estou Aqui vence prêmio de Melhor Filme Internacional

Filme Original Globoplay conquistou estatueta inédita na história do cinema brasileiro em cerimônia em Los Angeles, neste domingo

3 MAR 2025 • POR Globo.com • 09h05

Ainda Estou Aquiprimeiro Filme Original Globoplay, venceu o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional. A vitória é inédita para o Brasil, sendo a primeira estatueta para o país na categoria desde a edição inaugural da premiação, em 1929. O anúncio foi realizado na noite deste domingo (2) no Dolby Theatre, em Los Angeles, EUA.

O cineasta brasileiro recebeu a estatueta das mãos de Penélope Cruz e dedicou a vitória a Eunice Paiva:

 

"Obrigado em primeiro lugar, em nome do cinema brasileiro. É uma honra receber esse prêmio em um grupo tão extraordinário de cineastas".

 

 

"Dedico esse prêmio a uma mulher que depois de uma perda, durante um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado a ela, o nome dela é Eunice Paiva. E dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que derem vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro".

 

Na plateia, Fernanda Torres vibrava visivelmente emocionada com a vitória do filme brasileiro e o discurso de Walter. A estrela brasileira concorria ao Oscar de Melhor Atriz, mas a estatueta ficou com Mikey Madison por seu trabalho em Anora.

Ainda Estou Aqui também concorria como Melhor Filme, mas o Oscar da categoria ficou com Anora.

Presente no Oscar representando a plataforma de streaming, Manuel Belmar, diretor de Produtos Digitais, Finanças, Jurídico e Infraestrutura da Globo, falou sobre a importância do prêmio:

"Acredito que este seja um dos momentos mais emocionantes da historia do cinema Brasileiro. Este premio é um reconhecimento merecidíssimo a Ainda Estou Aqui, mas um prêmio que alcança toda a comunidade do cinema e do audiovisual brasileiro. Para a Globo, que por décadas tem na sua missão informar e entreter atravês de conteudos relevantes e de qualidade, é uma honra ser parte deste projeto, especialmente num ano tão especial de sua historia, o seu centenário", afirmou.

Walter Salles agradece o Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui — Foto: Reuters

Na disputa, Ainda Estou Aqui superou títulos com temáticas opostas. O musical Emilia Pérez, indicado a 13 Oscars e representante da França, era considerado um dos favoritos após ter vencido como Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro, Critics Choice Awards e no Bafta.

Em paralelo, havia uma ascensão na candidatura de Flow, o desenho originário da Letônia, que vinha se destacando na categoria de Melhor Animação, com vitórias também no Globo de Ouro e no Spirit Awards como Filme Internacional. A Garota da Agulha (produzido na Dinamarca) e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha, França e Irã) corriam por fora.

Fernanda Torres e Walter Salles celebram vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar — Foto: Reuters

Ao longo da história, 14 filmes produzidos no Brasil foram indicados à premiação - e nunca ocorreu vitória. Entre as produções de destaque, estão Cidade de Deus (indicado a 4 categorias), O Beijo da Mulher-Aranha (4, em candidatura compartilhada com EUA) e Central do Brasil (2).

 

Sucesso no Brasil e no mundo

Walter Salles e Fernanda Torres no Oscar — Foto: reuters

Antes de chegar ao Oscar, Ainda Estou Aqui repercutiu internacionalmente, ao ser selecionado para mais de 50 festivais e 26 premiações no Brasil e no mundo. A trajetória de sucesso iniciou com seu lançamento oficial no Festival de Veneza, em setembro de 2024, quando recebeu o prêmio de Melhor Roteiro.

Na temporada de premiações, a película também foi vencedora do Goya de Melhor Filme Ibero-Americano e 6 prêmios do Gold Derby Awards, um dos principais sites de crítica norte-americana. Fernanda Torres, por sua atuação na produção, também faturou o Globo de Ouro e o Satellite Awards de Melhor Atriz em Drama.

Primeiro Filme Original Globoplay, Ainda Estou Aqui narra a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que lidera a família após o desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), no início da década de 1970. Durante a ditadura militar, o ex-político foi levado por militares para prestar um depoimento e nunca mais foi visto. Seu óbito foi reconhecido somente em 1996.

Cartaz de Ainda Estou Aqui, primeiro filme Original Globoplay — Foto: Divulgação