ATÉ QUANDO?
Violência contra a mulher cresce em MS: um caso a cada 25 minutos
25 FEV 2025 • POR (Glenda Melo - Diário do Estado) • 08h54Estamos só no segundo mês de 2025 e os números divulgados pelo da violência são de quase 3 mil mulheres que procuraram a polícia para relatar serem vítimas de violência doméstica em Mato Grosso do Sul desde janeiro desse ano.
O principal local onde os crimes acontecem, mostra que mulheres não estão seguras dentro de casa e nem com aqueles que um dia confiaram, aliás. Diga-se de agem, a maioria dos crimes acontecem dentro de casa.
Os dados mostram que 2025 já são 2.987 vítimas de violência doméstica, e só estamos em fevereiro. A média, de 56 vítimas por dia é também a de 2024, quando mais de 20,3 mil mulheres sofreram algum tipo de agressão dentro de casa. Ou seja, enquanto eu estou aqui escrevendo essa matéria existem mulheres sendo agredidas ou mortas, 56, sim, o número é esse por dia e não por mês, 56.
O Brasil ocupa uma das posições mais alarmantes no ranking de feminicídios do mundo. Em Mato Grosso do Sul, a realidade é ainda mais cruel: o estado lidera os índices nacionais de violência contra a mulher. Dados mostram que, a cada dia, dezenas de mulheres são agredidas, perseguidas ou mortas simplesmente por serem mulheres. A casa, que deveria ser um refúgio, se transforma no cenário de dor e medo. O agressor? Muitas vezes, um companheiro, alguém que jurou amor, mas entregou violência.
São mães, filhas, irmãs, mulheres que carregam histórias de sofrimento, marcadas por hematomas no corpo e cicatrizes na alma. Algumas conseguem romper o ciclo da violência, denunciar, buscar apoio. Outras, infelizmente, não têm a mesma chance. Seus nomes am a estampar manchetes, suas fotos são compartilhadas em redes sociais com pedidos de justiça, mas elas já não podem mais gritar por socorro. Até quando? Até quando vamos conviver com a impunidade, com desculpas que minimizam a dor dessas mulheres? Até quando veremos filhos crescerem sem suas mães porque um homem achou que tinha o direito de tirar-lhes a vida?
É urgente que a sociedade não feche os olhos. Precisamos fortalecer a rede de proteção às vítimas, garantir que toda mulher tenha o a apoio psicológico, jurídico e social, incentivar a denúncia e cobrar políticas públicas eficazes. A luta contra o feminicídio e a violência de gênero não pode ser apenas um discurso; deve ser um compromisso de todos.