segunda, 09 de junho, 2025
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Com foco na prevenção e no combate a incêndios florestais, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio do Corpo de Bombeiros Militar (CBM-MS), deu início ao planejamento da Temporada de Incêndios Florestais (TIF) 2025. As ações começaram nesta semana com formação de brigadas, avaliação de áreas críticas no Pantanal e monitoramento de focos de calor.
De acordo com o major Eduardo Teixeira, subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental do CBM-MS, a atuação preventiva tem sido intensificada. “A guarnição foi deslocada para iniciar a formação de brigadas e também a avaliação das bases avançadas. O Corpo de Bombeiros tem recebido solicitações para formação de brigadas, palestras, instruções relacionadas aos incêndios florestais. A partir de agora, começamos a fazer este trabalho”, explicou.
Primeira brigada formada será instalada em Corumbá
A primeira brigada de 2025 será composta por integrantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas (Nefau). A base será instalada em uma fazenda indicada pelo núcleo, no município de Corumbá.
Além da formação de brigadas, o Corpo de Bombeiros está planejando a instalação de bases avançadas em regiões estratégicas do Pantanal. Essas estruturas têm como objetivo garantir resposta rápida às ocorrências em áreas de difícil o, aumentando a eficácia no controle das queimadas.
Bases avançadas fortalecem combate e prevenção no Pantanal
As bases avançadas foram um dos grandes destaques da TIF 2024. Equipes foram deslocadas para 13 áreas remotas, com transporte via barca pelo Rio Paraguai. Essa estratégia contribuiu diretamente para impedir focos de incêndio nas regiões monitoradas.
Com tecnologia e planejamento logístico, o Corpo de Bombeiros Militar atua de forma decisiva no controle de queimadas e preservação ambiental em todo o Estado.
Alerta climático reforça urgência das ações
As medidas do Governo do Estado foram antecipadas diante da previsão de seca severa, que já se arrasta desde setembro de 2023. Mesmo com chuvas registradas entre janeiro e março deste ano, os volumes continuam abaixo da média histórica.
Segundo a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), o cenário preocupa. “Estamos no período chuvoso, e o que se esperava eram chuvas dentro ou próximo da média histórica. Mas os dados mostram condições de seca, com altas temperaturas e chuvas irregulares.”
Tempo
Depois de uma semana de tempo instável e temperaturas mais amenas, os moradores de Coxim tiveram um alívio climático neste domingo. O tempo abriu logo nas primeiras horas da...
8 de junho de 2025
Depois de uma semana de tempo instável e temperaturas mais amenas, os moradores de Coxim tiveram um alívio climático neste domingo. O tempo abriu logo nas primeiras horas da manhã, revelando um céu parcialmente nublado com longos períodos de sol, ideal para atividades ao ar livre.
Com a temperatura mínima registrada por volta dos 18°C nas primeiras horas do dia, o clima foi considerado agradável para quem aproveitou a manhã para caminhar, ir à feira ou se reunir com a família. Ao longo da tarde, o calor se intensificou, atingindo máximas de até 32°C, sem registro de chuvas até o fechamento desta edição.
De acordo com os institutos de meteorologia, a previsão para o restante do domingo é de tempo firme, com possibilidade de leve queda na temperatura durante a noite, mas sem mudança significativa no clima.
Com o aumento das temperaturas, especialistas reforçam a importância de cuidados simples: manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol nos horários de pico (entre 11h e 15h) e utilizar protetor solar, especialmente crianças e idosos.
A tendência é que o tempo continue firme nos próximos dias, com sol entre nuvens e variação de temperatura entre 17°C e 33°C. A próxima frente fria é esperada apenas no final da próxima semana.
MEIO AMBIENTE
Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural oficializa proteção permanente da Água Branca, a 2ª maior cachoeira de MS
7 de junho de 2025
A cachoeira Água Branca, uma das paisagens naturais mais emblemáticas de Pedro Gomes, a 305 quilômetros de Campo Grande, está oficialmente protegida de forma definitiva. A medida foi oficializada na quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com a da Portaria nº 2.081 pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
O documento cria a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Água Branca, reconhecendo o valor ambiental da área e encerrando definitivamente o risco de instalação de uma represa hidrelétrica que, por quase duas décadas, ameaçou comprometer a integridade da cachoeira.
Com 29,26 hectares de extensão, a RPPN fica situada na Estância Dallas, propriedade do produtor rural Nelson Mira Martins e de sua esposa, Edir Martins Mira. A unidade será istrada pelo casal, conforme determina a portaria do ICMBio. A proteção da área é fruto de uma longa mobilização que começou nos anos 2000, quando surgiu um projeto para instalar uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no córrego Cipó.
A barragem desviaria até 80% do fluxo da cachoeira, afetando diretamente sua beleza cênica, biodiversidade, potencial turístico e até o microclima local. O empreendimento chegou a obter licença prévia em 2021, concedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), mas foi suspenso em maio de 2024 após forte pressão da comunidade, do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e de organizações ambientais.
O encerramento do projeto da usina e a transformação da área em RPPN representam uma vitória histórica para a conservação ambiental na região da Serra de Maracaju. A cachoeira Água Branca é a segunda maior do estado, com mais de 80 metros de queda livre.
Localizada a aproximadamente 10 quilômetros da nascente do córrego Cipó, está inserida na sub-bacia Piquiri-Correntes, que contribui para o abastecimento do Pantanal, e faz parte do Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, uma das áreas prioritárias para preservação na Bacia do Alto Paraguai.
A luta pela proteção começou com a decisão do próprio Nelson, ainda nos anos 1980, de adquirir terras na região já pensando em preservar a cachoeira. Em 1991, ele conseguiu comprar o lote que inclui a queda d'água e, desde então, manteve o local praticamente intocado, com o sonho de um dia construir uma pousada voltada para o turismo ecológico. Esse plano foi interrompido quando surgiram as primeiras propostas para instalação da PCH, que ele recusou.
"Quando comprei, já deixei essa parte pensando em construir uma pousada no futuro. Mas aí parou tudo com a situação da PCH, que queria criar uma usina e acabar com 80% da cachoeira. Ia investir como? Aí ficou dez anos essa briga", relatou Nelson ao portal Ecoa. Durante o processo, ele acompanhou peritos, promotores e técnicos em diversas vistorias para demonstrar os impactos ambientais que seriam causados pela barragem.
Além da expressiva queda d'água, a área da RPPN abriga vegetação que remete à Mata Atlântica de interior, com solos areníticos e relevo típico da Serra de Maracaju.
A fauna é rica, com destaque para espécies de aves migratórias que utilizam o local como refúgio. A criação da unidade de conservação não apenas garante a integridade ecológica da cachoeira, mas também viabiliza um novo ciclo econômico para Pedro Gomes e região, baseado no turismo sustentável.
A expectativa do proprietário é que a segurança jurídica proporcionada pela Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, finalmente permita avançar com o projeto da pousada, além de atrair visitantes interessados em trilhas ecológicas, observação de aves, esportes de aventura como rapel e visitas a cavernas ainda inexploradas.
A próxima etapa, agora que a RPPN foi oficialmente criada, será a elaboração do plano de manejo, documento técnico que estabelecerá as diretrizes para uso da área, incluindo limites para visitação, infraestrutura necessária e estratégias de conservação. A implantação das trilhas, sinalização, pontos de observação e instalações básicas, como energia e internet, dependerá da finalização desse plano.
Outro benefício indireto será o aumento da arrecadação municipal por meio do ICMS Ecológico, mecanismo de compensação financeira aos municípios que preservam o meio ambiente. Para Pedro Gomes, trata-se de uma oportunidade de desenvolver uma nova frente econômica, associando proteção ambiental, geração de emprego e valorização do território.