sábado, 07 de junho, 2025
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A subida das águas do Rio Paraguai e afluentes acima da média do ano ado, principalmente depois dos temporais de abril na região de entorno da bacia pantaneira, começa a provocar com maior intensidade a chamada decoada. O fenômeno natural ocorre com as alterações nos parâmetros físicos, químicos e biológicos das águas com o carreamento de biomassa vegetal seca depositada nas margens, além das cinzas das queimadas, o que pode matar peixes, por falta de oxigênio.
O extravasamento dos rios em direção às áreas de planície de inundação e lagoas marginais deixa as águas mais turvas, resultado da presença da matéria orgânica em decomposição, fator já registrado nos rios Miranda, Aquidauana e Paraguai. Neste ano, a reação foi mais forte em Porto Murtinho, onde o rio subiu mais de dois metros em abril, e já ocorre na parte alta do Pantanal, em Corumbá, com peixes se acumulando na superfície do Rio Paraguai-Mirim.
“Com as águas do Norte (das cabeceiras, em Mato Grosso) chegando e as chuvas de abril e do Rio Taquari inundando os campos, o fenômeno volta a acontecer numa região castigada pela seca e o fogo em 2024”, informa Nelson Araujo, presidente do Instituto Agwa, que tem base instalada no Paraguai-Mirim, a 150 km de Corumbá. “Não tivemos decoada no ano ado com a falta de chuvas, mas agora tem muita água e os peixes já sentem a reação.”
Peixe agitado - No Paraguai-Mirim, que está volumoso e encobrindo o barranco de quase 2 metros em alguns trechos, pequenos peixes (a maioria pintados) debatem-se na superfície em busca de oxigênio, durante o dia e a noite. Há registros também da presença mais frequente de arraias nas margens, indicando que as mudanças químicas da água estão em curso. Uma preocupação para os ribeirinhos: o peixe tem cauda com espinho e pode causar ferimento grave.
Na mesma região, o fenômeno se estende até a Barra do São Lourenço, cerca de 70 km rio acima, com relatos de morte de peixes. Pescadores reclamam da redução da pesca, o que é natural: os peixes não se alimentam nestas circunstâncias, interferindo na probabilidade de captura, e migram para outras áreas em busca de oxigênio. A decoada também é percebida próximo a Corumbá, segundo relatos de pescadores profissionais e amadores.
Em Porto Murtinho, região pantaneira do Nabileque, a subida repentina do Rio Paraguai em mais de 2,70m, entre abril e início de maio, acelerou o processo de inundação nas margens e a decoada tem causado grande impacto na pesca. “O rio está ruim de peixe há mais de um mês, água muito suja. A chuva de abril lavou o campo e toda a sujeira (vegetação morta) veio para o rio”, detalha o empresário Marco Aurélio Nunes (Marcão), dono de pesqueiro.
Meio Ambiente
Um forte estrondo e tremor de terra "sacudiu" Bonito, a 297 km de Campo Grande, na manhã da última terça-feira (3). O relato de moradores é que os tremores...
5 de junho de 2025
Um forte estrondo e tremor de terra "sacudiu" Bonito, a 297 km de Campo Grande, na manhã da última terça-feira (3). O relato de moradores é que os tremores aconteceram tanto na área urbana, quanto na zona rural do município.
De acordo com o Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), a magnitude do terremoto foi de 1.7 MLv (Magnitude Local vertical, também da escala Richter). É o décimo sismo registrado em 2025 no Estado.
"Meu Deus do céu. Tremeu tudo aqui. As crianças saíram correndo, assustadas", afirma Yolanda Prantl, do Coletivo Unidos Serra da Bodoquena, grupo que atua em defesa do meio ambiente. Ela estava no Instituto Família Legal, no Bairro BNH.
A região é marcada pela atividade de mineradoras, com relatos frequentes de explosões.
"Falei com a PMA [Polícia Militar Ambiental] e disseram que essas empresas de mineração têm licença ambiental para implodir, que foi feito um estudo", diz Yolanda.
Noutro relato, o morador conta que estava a 18 km de Bonito, na MS-382, quando escutou o estrondo forte. "Foi um tremor fora do comum", diz Marc Laurent Zayas Colas. Ele é turismólogo e sócio proprietário da Fazenda Iguassu. "A mineração está chegando com muito vigor na região, sem muitos problemas para se instalar. A região toda já foi prospectada, se não haver uma regulamentação da atividade será o fim de Bonito", lamenta.
Moradora que estava na Biblioteca Municipal de Bonito conta que a vibração ressoou a estrutura toda.
Conforme a professora Edna Maria Facincani, da Faculdades de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), existe sismo por detonação, mas a propagação da onda no sismograma é diferente. "Quando é de detonação e quando é de sismo. Esse não é por detonação. Esse é sismo mesmo".
Apesar da baixa magnitude, as pessoas perceberam o tremor, diferente dos demais casos do ano. " Quando o hipocentro é muito raso, as pessoas sentem", diz a pesquisadora.
A média da profundidade do hipocentro é em torno de 5 km de profundidade para Mato Grosso do Sul.
Neste ano, o Estado registrou dez tremores de terra, sendo o segundo em Bonito. Antes, a terra tremeu por lá em 19 de abril. Os demais municípios são Sonora, Miranda, Rio Negro, Ponta Porã e Corumbá.
MEIO AMBIENTE
A quarta-feira (4) em Coxim será marcada por temperaturas elevadas e céu encoberto ao longo de todo o dia, segundo a previsão meteorológica. A mínima registrada...
4 de junho de 2025
A quarta-feira (4) em Coxim será marcada por temperaturas elevadas e céu encoberto ao longo de todo o dia, segundo a previsão meteorológica. A mínima registrada será de 20°C, com máxima atingindo os 36°C, tendência de elevação nos próximos dias.
A umidade relativa do ar também apresenta variação significativa, oscilando entre 90% nas primeiras horas da manhã e caindo para 30% durante a tarde, o que exige atenção especial à hidratação e aos cuidados com a saúde, especialmente de crianças e idosos.
Durante todo o dia, o céu permanecerá com muitas nuvens, sem previsão de chuva. O vento sopra fraco, com direção predominante do nordeste (NE) ao leste (E), tanto no período da tarde quanto à noite. Pela manhã, os ventos sopram de norte-nordeste (N-NE).
Apesar da nebulosidade persistente, as temperaturas elevadas mantêm o tempo abafado, típico do período de transição climática na região norte de Mato Grosso do Sul.
Fonte: Mikaela Loni