domingo, 08 de junho, 2025
(67) 99983-4015
As chuvas registradas em Mato Grosso do Sul nos últimos dias, e que caíram sobre as sub-bacias dos rios Miranda, Aquidauana e Taquari, devem contribuir para a redução do estresse hídrico no Pantanal, segundo a ONG (organização não governamental) Ecoa, que atua na preservação do bioma.
O Rio Miranda, por exemplo, na estação Estrada MT-738, já está no nível de emergência. As águas superaram os 649cm, que é o limite do nível de alerta, e marca atualmente 669cm.
Para o Ecoa, o nível elevado das águas dos rios Miranda, assim como dos rios Aquidauana e Taquari, contribui com o abastecimento da parte sul da alta BAP (Bacia do Rio Paraguai).
Atualmente, todos os rios de Mato Grosso do Sul estão acima do nível de estiagem, apresentando índice normal ou de alerta, segundo o boletim divulgado pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) nesta segunda-feira (28), com base em informações da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
Desde a semana ada os níveis elevados das águas já era observado por meio dos dados do Cemtec.
Chuvas em MS
A possibilidade de estresse hídrico menor no Pantanal de MS durante o período de seca de 2025 é reforçada pela quantidade de chuvas registradas na última semana no estado.
Ainda segundo o boletim, em vários pontos de Mato Grosso do Sul as chuvas dos últimos 7 dias superam a média histórica de todo o mês de abril.
No caso do Rio Paraguai, em Ladário, a média histórica do mês é de 36mm de chuvas. No entanto, apenas nos últimos 7 dias choveu 24,8 mm, o que significa 69% do esperado para todo o mês.
Já em Porto Murtinho, a quantidade de chuva registrada no Rio Paraguai supera a média mensal: choveu 108,8mm nos últimos 7 dias, sendo que a média do mês é de 96mm. O índice representa 13.3% a mais que a média esperada.
No Rio Miranda, a estação Estrada MT-738 registrou 56,2mm de chuva nos últimos 7 dias, número que representa mais da metade esperada para todo o mês de abril.
Na estação localizada na cidade de Miranda, a quantidade de chuva nos últimos 7 dias também foi considerável. Foram 30,4mm de precipitações, praticamente metade do que é esperado para todo o mês de abril, que tem média histórica de 74mm.
Nível dos principais rios de MS
Com tanta chuva, os níveis dos rios de Mato Grosso do Sul estão elevados, com destaque para o Rio Aquidauana e o Rio Miranda.
Rio Aquidauana:
Em Palmeiras: 449cm. Nível de estiagem: abaixo dos 105cm. Nível de alerta: acima de 450cm.
Em Aquidauana: 639cm. Nível de estiagem: abaixo dos 200cm. Nível de alerta: acima de 600cm.
Rio Miranda:
Na Estrada MT-738: 669cm. Nível de estiagem: abaixo dos 96cm. Nível de alerta: 470cm. Nível de emergência: acima de 650cm.
Em Miranda: 512cm. Nível de estiagem: abaixo dos 123cm. Nível de alerta: até 600cm. Nível de emergência: acima de 700cm.
Rio Paraguai:
Em Ladário: 233cm. Nível de estiagem: abaixo dos 52cm. Nível de alerta (de cheia): acima de 400cm.
Em Porto Esperança: 182cm. Nível de estiagem: abaixo dos 35cm. Nível de alerta: acima de 500cm.
Porto Murtinho: 513cm. Nível de estiagem: abaixo dos 184cm. Nível de alerta: acima de 640cm.
Rio Taquari:
Nível atual: 445cm. Nível de estiagem: 350cm. Nível de alerta: 400cm. Nível de emergência: acima dos 500cm. (Fonte: Midiamax)
Tempo
Depois de uma semana de tempo instável e temperaturas mais amenas, os moradores de Coxim tiveram um alívio climático neste domingo. O tempo abriu logo nas primeiras horas da...
8 de junho de 2025
Depois de uma semana de tempo instável e temperaturas mais amenas, os moradores de Coxim tiveram um alívio climático neste domingo. O tempo abriu logo nas primeiras horas da manhã, revelando um céu parcialmente nublado com longos períodos de sol, ideal para atividades ao ar livre.
Com a temperatura mínima registrada por volta dos 18°C nas primeiras horas do dia, o clima foi considerado agradável para quem aproveitou a manhã para caminhar, ir à feira ou se reunir com a família. Ao longo da tarde, o calor se intensificou, atingindo máximas de até 32°C, sem registro de chuvas até o fechamento desta edição.
De acordo com os institutos de meteorologia, a previsão para o restante do domingo é de tempo firme, com possibilidade de leve queda na temperatura durante a noite, mas sem mudança significativa no clima.
Com o aumento das temperaturas, especialistas reforçam a importância de cuidados simples: manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol nos horários de pico (entre 11h e 15h) e utilizar protetor solar, especialmente crianças e idosos.
A tendência é que o tempo continue firme nos próximos dias, com sol entre nuvens e variação de temperatura entre 17°C e 33°C. A próxima frente fria é esperada apenas no final da próxima semana.
MEIO AMBIENTE
Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural oficializa proteção permanente da Água Branca, a 2ª maior cachoeira de MS
7 de junho de 2025
A cachoeira Água Branca, uma das paisagens naturais mais emblemáticas de Pedro Gomes, a 305 quilômetros de Campo Grande, está oficialmente protegida de forma definitiva. A medida foi oficializada na quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com a da Portaria nº 2.081 pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
O documento cria a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Água Branca, reconhecendo o valor ambiental da área e encerrando definitivamente o risco de instalação de uma represa hidrelétrica que, por quase duas décadas, ameaçou comprometer a integridade da cachoeira.
Com 29,26 hectares de extensão, a RPPN fica situada na Estância Dallas, propriedade do produtor rural Nelson Mira Martins e de sua esposa, Edir Martins Mira. A unidade será istrada pelo casal, conforme determina a portaria do ICMBio. A proteção da área é fruto de uma longa mobilização que começou nos anos 2000, quando surgiu um projeto para instalar uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no córrego Cipó.
A barragem desviaria até 80% do fluxo da cachoeira, afetando diretamente sua beleza cênica, biodiversidade, potencial turístico e até o microclima local. O empreendimento chegou a obter licença prévia em 2021, concedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), mas foi suspenso em maio de 2024 após forte pressão da comunidade, do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e de organizações ambientais.
O encerramento do projeto da usina e a transformação da área em RPPN representam uma vitória histórica para a conservação ambiental na região da Serra de Maracaju. A cachoeira Água Branca é a segunda maior do estado, com mais de 80 metros de queda livre.
Localizada a aproximadamente 10 quilômetros da nascente do córrego Cipó, está inserida na sub-bacia Piquiri-Correntes, que contribui para o abastecimento do Pantanal, e faz parte do Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, uma das áreas prioritárias para preservação na Bacia do Alto Paraguai.
A luta pela proteção começou com a decisão do próprio Nelson, ainda nos anos 1980, de adquirir terras na região já pensando em preservar a cachoeira. Em 1991, ele conseguiu comprar o lote que inclui a queda d'água e, desde então, manteve o local praticamente intocado, com o sonho de um dia construir uma pousada voltada para o turismo ecológico. Esse plano foi interrompido quando surgiram as primeiras propostas para instalação da PCH, que ele recusou.
"Quando comprei, já deixei essa parte pensando em construir uma pousada no futuro. Mas aí parou tudo com a situação da PCH, que queria criar uma usina e acabar com 80% da cachoeira. Ia investir como? Aí ficou dez anos essa briga", relatou Nelson ao portal Ecoa. Durante o processo, ele acompanhou peritos, promotores e técnicos em diversas vistorias para demonstrar os impactos ambientais que seriam causados pela barragem.
Além da expressiva queda d'água, a área da RPPN abriga vegetação que remete à Mata Atlântica de interior, com solos areníticos e relevo típico da Serra de Maracaju.
A fauna é rica, com destaque para espécies de aves migratórias que utilizam o local como refúgio. A criação da unidade de conservação não apenas garante a integridade ecológica da cachoeira, mas também viabiliza um novo ciclo econômico para Pedro Gomes e região, baseado no turismo sustentável.
A expectativa do proprietário é que a segurança jurídica proporcionada pela Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, finalmente permita avançar com o projeto da pousada, além de atrair visitantes interessados em trilhas ecológicas, observação de aves, esportes de aventura como rapel e visitas a cavernas ainda inexploradas.
A próxima etapa, agora que a RPPN foi oficialmente criada, será a elaboração do plano de manejo, documento técnico que estabelecerá as diretrizes para uso da área, incluindo limites para visitação, infraestrutura necessária e estratégias de conservação. A implantação das trilhas, sinalização, pontos de observação e instalações básicas, como energia e internet, dependerá da finalização desse plano.
Outro benefício indireto será o aumento da arrecadação municipal por meio do ICMS Ecológico, mecanismo de compensação financeira aos municípios que preservam o meio ambiente. Para Pedro Gomes, trata-se de uma oportunidade de desenvolver uma nova frente econômica, associando proteção ambiental, geração de emprego e valorização do território.