sábado, 07 de junho, 2025
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Desde que o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi atacado e morto por uma onça-pintada no Pantanal sul-mato-grossense, alguns casos recorrentes de aparição de felinos em áreas urbanas têm provocado alarde na população e levantado o seguinte questionamento: estaria ocorrendo algo no habitat natural desses animais para levá-los a espaços com forte presença humana?
De acordo com especialistas, a onça-pintada tem por instinto “fugir” ao perceber a aproximação de pessoas. No entanto, em avistamentos recentes em Mato Grosso do Sul, não é isso que tem acontecido e os animais sequer estariam se sentindo intimidados com a circulação de homens, mulheres e até crianças em alguns locais.
Diante disso, a dúvida que paira é: por que essas espécies estão saindo do coração da natureza e, aparentemente, buscando caça em áreas habitadas por seres humanos? Seria algum desequilíbrio ambiental no Pantanal o fator preponderante para o comportamento desses felinos?
Isso sempre aconteceu, mas hoje todo mundo tem câmera, avalia conservacionista
Diretor da SOS Pantanal, o biólogo conservacionista Gustavo Figueirôa acredita que nada anormal está ocorrendo. Ao Jornal Midiamax, ele diz que situações como as registradas nas últimas semanas sempre aconteceram – a diferença é que todos estão mais sensíveis ao assunto diante do caso de Jorge Ávalo.
“Acho que é muito imprudente conectar as duas coisas [desequilíbrio ambiental e ataque de felinos]. Os incêndios e as secas dos últimos anos com certeza causaram um grande desequilíbrio no Pantanal, mas aí a gente dizer que é isso que está causando esse aumento de ataques… até porque nem sabemos se é realmente um aumento. Estão sendo mais relatados, mas sempre tiveram”, declara.
Conforme Figueirôa, a tecnologia ível e instantânea dos dias de hoje possibilita que qualquer pessoa registre e difunda ocorrências corriqueiras, diferente de antigamente. “Essas situações estão sendo mais documentadas, todo mundo tem uma câmera em casa, um celular na mão, e consegue filmar isso, pegando imagens que antes não pegavam”, comenta.
Felinos poderiam estar atrás de outra coisa ao invés de comida
Por outro lado, Julio César de Souza, professor e pesquisador do campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de Aquidauana, elenca algumas condições que poderiam estar contribuindo para a aparição cada vez mais frequente dos felinos em regiões populosas.
“Os animais se movimentam por instinto. Às vezes eles vêm se movimentando de cabeça baixa e, quando se dão conta, estão dentro da cidade. E aí, procurando uma saída, eles seguem em frente e daqui a pouco estão no Centro. Estão andando à noite e, quando veem uma luz, podem ir atrás dela”, pondera.
Além disso, o pesquisador, que é responsável por desenvolver estudos sobre as onças na região do Pantanal, não acredita que os bichos estejam à procura de alimento, mas sim de água.
“O ciclo das águas do Pantanal tem sido baixo nos
últimos anos e o que a gente percebe é que os animais buscam água. Então acredito que eles podem estar tendo que andar mais para achar água e isso pode provocar essa movimentação”, elucida.
“Não há nada de errado com as onças” e medidas de prevenção
Fábio Paschoal, biólogo e guia que já largou tudo em São Paulo para conviver com as onças em Mato Grosso do Sul, também não acredita em um desequilíbrio que esteja mudando o comportamento dos felinos.
“Não tem nada de errado com as onças do Pantanal. É claro que o bioma está sofrendo muito com as queimadas, mas isso não faz as onças atacarem humanos. Por instinto, elas evitam seres humanos, aprenderam isso ao logo dos anos para salvar a própria vida, mas se o animal é alimentado, ele pode estar associando o ser humano à comida e isso é errado, é crime”, destaca.
Diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa ressalta que casos como o do ataque a seu Jorge são muito raros e, quando acontecem, tomam uma proporção muito grande. A situação, inclusive, estaria fazendo qualquer notícia ou vídeo sobre o assunto viralizar ainda mais.
“Acho que a percepção das pessoas e da mídia como um todo ficou mais aguçada para esse tipo de conflito, que sempre existiu no Pantanal e vai continuar existindo. O que está levando a isso é que nós coexistimos com esses animais. Eles estão no ambiente deles e nós também vivemos no ambiente natural. Seres humanos e animais coexistem no mesmo ambiente, então é esperado que esses conflitos aconteçam”, reforça.
Por fim, ele elenca medidas que podem ajudar a mitigar esses conflitos: protocolos de segurança, educação ambiental e orientação para a população das m elhores práticas a serem feitas para reduzir ao máximo esse tipo de ocorrência.
MEIO AMBIENTE
Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural oficializa proteção permanente da Água Branca, a 2ª maior cachoeira de MS
7 de junho de 2025
A cachoeira Água Branca, uma das paisagens naturais mais emblemáticas de Pedro Gomes, a 305 quilômetros de Campo Grande, está oficialmente protegida de forma definitiva. A medida foi oficializada na quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com a da Portaria nº 2.081 pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
O documento cria a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Água Branca, reconhecendo o valor ambiental da área e encerrando definitivamente o risco de instalação de uma represa hidrelétrica que, por quase duas décadas, ameaçou comprometer a integridade da cachoeira.
Com 29,26 hectares de extensão, a RPPN fica situada na Estância Dallas, propriedade do produtor rural Nelson Mira Martins e de sua esposa, Edir Martins Mira. A unidade será istrada pelo casal, conforme determina a portaria do ICMBio. A proteção da área é fruto de uma longa mobilização que começou nos anos 2000, quando surgiu um projeto para instalar uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) no córrego Cipó.
A barragem desviaria até 80% do fluxo da cachoeira, afetando diretamente sua beleza cênica, biodiversidade, potencial turístico e até o microclima local. O empreendimento chegou a obter licença prévia em 2021, concedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), mas foi suspenso em maio de 2024 após forte pressão da comunidade, do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e de organizações ambientais.
O encerramento do projeto da usina e a transformação da área em RPPN representam uma vitória histórica para a conservação ambiental na região da Serra de Maracaju. A cachoeira Água Branca é a segunda maior do estado, com mais de 80 metros de queda livre.
Localizada a aproximadamente 10 quilômetros da nascente do córrego Cipó, está inserida na sub-bacia Piquiri-Correntes, que contribui para o abastecimento do Pantanal, e faz parte do Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, uma das áreas prioritárias para preservação na Bacia do Alto Paraguai.
A luta pela proteção começou com a decisão do próprio Nelson, ainda nos anos 1980, de adquirir terras na região já pensando em preservar a cachoeira. Em 1991, ele conseguiu comprar o lote que inclui a queda d'água e, desde então, manteve o local praticamente intocado, com o sonho de um dia construir uma pousada voltada para o turismo ecológico. Esse plano foi interrompido quando surgiram as primeiras propostas para instalação da PCH, que ele recusou.
"Quando comprei, já deixei essa parte pensando em construir uma pousada no futuro. Mas aí parou tudo com a situação da PCH, que queria criar uma usina e acabar com 80% da cachoeira. Ia investir como? Aí ficou dez anos essa briga", relatou Nelson ao portal Ecoa. Durante o processo, ele acompanhou peritos, promotores e técnicos em diversas vistorias para demonstrar os impactos ambientais que seriam causados pela barragem.
Além da expressiva queda d'água, a área da RPPN abriga vegetação que remete à Mata Atlântica de interior, com solos areníticos e relevo típico da Serra de Maracaju.
A fauna é rica, com destaque para espécies de aves migratórias que utilizam o local como refúgio. A criação da unidade de conservação não apenas garante a integridade ecológica da cachoeira, mas também viabiliza um novo ciclo econômico para Pedro Gomes e região, baseado no turismo sustentável.
A expectativa do proprietário é que a segurança jurídica proporcionada pela Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, finalmente permita avançar com o projeto da pousada, além de atrair visitantes interessados em trilhas ecológicas, observação de aves, esportes de aventura como rapel e visitas a cavernas ainda inexploradas.
A próxima etapa, agora que a RPPN foi oficialmente criada, será a elaboração do plano de manejo, documento técnico que estabelecerá as diretrizes para uso da área, incluindo limites para visitação, infraestrutura necessária e estratégias de conservação. A implantação das trilhas, sinalização, pontos de observação e instalações básicas, como energia e internet, dependerá da finalização desse plano.
Outro benefício indireto será o aumento da arrecadação municipal por meio do ICMS Ecológico, mecanismo de compensação financeira aos municípios que preservam o meio ambiente. Para Pedro Gomes, trata-se de uma oportunidade de desenvolver uma nova frente econômica, associando proteção ambiental, geração de emprego e valorização do território.
MEIO AMBIENTE
Coxim terá um sábado de tempo aberto e firme neste 7 de junho, ideal para atividades ao ar livre. A previsão aponta sol predominante ao longo do dia, sem risco de chuva, com os...
7 de junho de 2025
Coxim terá um sábado de tempo aberto e firme neste 7 de junho, ideal para atividades ao ar livre. A previsão aponta sol predominante ao longo do dia, sem risco de chuva, com os termômetros registrando temperaturas em elevação e sensação de calor durante a tarde.
A manhã começa com clima ameno, mínima de 18°C, e céu praticamente sem nuvens. Ao longo do dia, o calor ganha força, com máxima prevista de 30°C. A umidade relativa do ar deve oscilar entre 50% e 90%, mantendo níveis ainda confortáveis, mas já indicando o início do tempo seco típico do inverno no Centro-Oeste.
Especialistas recomendam o uso de protetor solar, bonés, roupas leves e hidratação constante. Como o tempo seco deve se intensificar nos próximos dias, é importante também evitar queimadas e ficar atento a sinais de desconforto respiratório, especialmente em crianças e idosos.