sexta, 06 de junho, 2025
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Nosso entrevistado da semana é o vereador eleito pelo PSDB para o primeiro mandato e empresário Maurício Helpis de Oliveira, 36 anos, casado há 16 anos com Natália de Lima, pai de três filhos, coxinense e filho dos coxinenses Antônio Saraiva de Oliveira e Antônia de Oliveira. Formado em Gestão Financeira pela UNOPAR, foi eleito com 727 votos na eleição de 2024. Ele fala sobre política, vereança e planos para o futuro.
Diário do Estado: Vereador, como foi entrar para a política? O senhor sempre gostou desse segmento? Era um desejo do senhor entrar nesse mundo?
Maurício Helpis: Glenda, nunca fui muito de política, não. Embora tenha muitos amigos nesse mundo — o deputado estadual Júnior Mochi, por exemplo, é meu amigo pessoal da vida toda, temos uma amizade consistente — e, embora exista esse vínculo entre nós, eu nunca pensei em entrar para a política. Aconteceu, e agora estou aqui. Entendo que, por meio da política, eu possa fazer mais pela comunidade de Coxim.
Diário do Estado: Como surgiu o convite para o senhor participar da eleição de 2024?
Maurício Helpis: Recebi, com muita honra, esse convite do ex-governador Reinaldo Azambuja. Coloquei meu nome à disposição do partido por meio desse convite. Me senti honrado em ser convidado por uma das maiores lideranças políticas do nosso estado e do Brasil. Senti o peso da responsabilidade, mas, se o ex-governador viu em mim algum potencial, me senti pronto para essa missão. Desde a nossa conversa, entendi que tinha um chamado e que poderia contribuir com meu partido para as melhorias em Coxim.
Diário do Estado: Mas quando se deu, de fato, esse convite?
Maurício Helpis: Estávamos na campanha de 2022 e eu organizei uma reunião para o Júnior, que vinha como candidato a deputado estadual. Convidei amigos, lideranças, empresários, e, naquela oportunidade, estiveram presentes 600 pessoas. Acredito que foi a partir desse momento que comecei a ser visto. Imagina, colocar 600 pessoas em uma reunião, em tempos em que a população está tão cansada de política. Foi, de fato, uma reunião muito importante e muito bonita.
Diário do Estado: O senhor, nos últimos 8 anos, tem feito, por meios próprios, algumas ações destinadas às crianças carentes do município. Não foi fazendo essas ações que nasceu o desejo de entrar para a vida pública?
Maurício Helpis: Olha, há 8 anos faço esse trabalho para as crianças de Coxim: o Natal Solidário, o Dia das Crianças e, agora, a Páscoa para as crianças carentes da nossa cidade. Eu vim de baixo, Glenda. Trabalhei muito com meus pais na zona rural, peguei muito no cabo da enxada, construí casas, e prometi que, se um dia eu melhorasse de vida, iria fazer a alegria das crianças. Eu não tive infância e adolescência, tive que trabalhar para ajudar meus pais. Nossa infância não foi fácil. Então, prometi que iria ajudar quando melhorasse de vida. Alguns amigos empresários me ajudam nessas ações, cada um como pode, mas a maioria é bancada por mim, com recursos próprios. Agradeço a Deus por poder levar alegria às crianças que precisam.
Diário do Estado: Como foi para o senhor receber a notícia de que havia sido eleito na sua primeira eleição com 727 votos?
Maurício Helpis: Foi uma emoção indescritível. Saber que 727 pessoas confiaram em mim, na minha história e nas minhas propostas logo na minha primeira eleição foi algo que me marcou profundamente. Me senti honrado e, ao mesmo tempo, com uma grande responsabilidade nas mãos. Agradeço de coração a cada voto, cada palavra de apoio e incentivo. Isso só reforçou meu compromisso de trabalhar com seriedade, transparência e dedicação por Coxim e por todos que acreditam em um futuro melhor para a nossa cidade.
Diário do Estado: Ao entrar na Câmara Municipal de Coxim, qual foi sua maior dificuldade ao tomar posse?
Maurício Helpis: Ao tomar posse, minha maior dificuldade foi entender toda a burocracia e os trâmites internos da Câmara. Por ser meu primeiro mandato, tudo era novo: os processos legislativos, a forma como os projetos tramitam, as comissões. Foi um grande desafio no início. Entendi também que nós, vereadores, ficamos limitados — nada depende só da gente, não temos o poder da caneta. Às vezes, a população se irrita com os vereadores, mas, na realidade, nada está em nossas mãos. Somos apenas a voz do povo. Mas, ao entrar lá dentro, muitos dias saímos frustrados ao perceber que, na grande maioria, nossos pedidos não são atendidos. Encarei com humildade e vontade de aprender, buscando sempre me capacitar para representar bem a população de Coxim e fazer um trabalho à altura da confiança que recebi.
Diário do Estado: Para um vereador, qual é a maior frustração?
Maurício Helpis: A maior frustração para um vereador, muitas vezes, é ver que, mesmo com boas ideias e projetos que poderiam melhorar a vida da população, nem tudo depende apenas da nossa vontade. A burocracia, a falta de recursos ou até a falta de apoio político podem barrar iniciativas importantes. É frustrante quando você sabe que algo é necessário e urgente, mas esbarra em limitações que fogem ao nosso controle. Ainda assim, seguimos lutando, porque cada conquista, por menor que pareça, faz a diferença na vida das pessoas.
Diário do Estado: O senhor defende algumas bandeiras no seu mandato — educação, saúde e esporte. O que o senhor acha que precisa ser melhorado em Coxim nessas áreas?
Maurício Helpis: Sim, essas são bandeiras que carrego com muito compromisso, porque refletem diretamente na qualidade de vida da nossa população. Na saúde, acredito que precisamos investir mais na estrutura das unidades básicas, melhorar o atendimento e garantir o o rápido a exames e especialidades. Na educação, é essencial valorizar os profissionais, modernizar as escolas e oferecer uma educação mais inclusiva e de qualidade para nossas crianças e jovens. Já no esporte, falta incentivo e estrutura: precisamos apoiar projetos de base, revitalizar espaços esportivos e incentivar as práticas esportivas como forma de inclusão social e promoção da saúde. Coxim tem muito potencial nessas áreas, e, com planejamento e vontade política, dá pra avançar muito.
Diário do Estado: Muitas demandas chegam ao seu gabinete? Qual a maioria dos pedidos?
Maurício Helpis: Sim, chegam muitas demandas ao nosso gabinete, praticamente todos os dias. A maioria dos pedidos está relacionada a questões do dia a dia da população, como melhorias na infraestrutura — pavimentação de ruas, limpeza de terrenos, iluminação pública — e também muitos pedidos voltados à saúde, como agendamento de consultas, exames e apoio no o a tratamentos. Além disso, há demandas nas áreas de educação e assistência social. Nosso papel é ouvir, acolher e encaminhar essas demandas aos setores responsáveis, sempre buscando soluções e cobrando resultados. Estar perto da população é uma das minhas prioridades.
Diário do Estado: Como foi sua primeira viagem para Brasília em busca de recursos para Coxim?
Maurício Helpis: Minha primeira viagem para Brasília em busca de recursos para Coxim foi uma experiência única e muito enriquecedora. Confesso que fiquei impressionado com a dimensão do trabalho parlamentar em nível federal e com a importância do contato direto com os deputados e senadores. Fui com o objetivo claro de apresentar as demandas da nossa cidade e buscar apoio para projetos que realmente fazem a diferença na vida das pessoas. Saí de lá com a certeza de que Coxim tem aliados importantes e que, com articulação e persistência, é possível trazer investimentos significativos. Foi o começo de um trabalho que pretendo continuar fazendo com muita seriedade e dedicação.
Diário do Estado: O que o seu mandato trouxe de benefícios para Coxim?
Maurício Helpis: Conversei com os deputados Marcos Pollon, Luiz Ovando, Dagoberto Nogueira e com o senador Nelsinho Trad. Em resumo, em uma conversa com todos eles, se comprometeram a ajudar Coxim, e nos próximos meses já teremos resultados dessa visita.
Diário do Estado: Hoje as pessoas não se interessam mais por política e assuntos relacionados a ela. O que o senhor acha que levou o eleitor a esse desinteresse?
Maurício Helpis: Infelizmente, isso é uma realidade que a gente sente no dia a dia. Muitos eleitores perderam o interesse e até a esperança na política por conta de tantas decepções, escândalos de corrupção e promessas que nunca foram cumpridas. Isso gerou uma desconfiança generalizada. Mas eu acredito que a política ainda é o principal caminho para transformar a realidade das pessoas, e é justamente por isso que precisamos de mais gente boa e comprometida se envolvendo, seja como eleitor, fiscalizador ou até como candidato. Meu papel, como vereador, é tentar resgatar essa confiança, mostrando que é possível fazer política com seriedade, transparência e resultados.
Diário do Estado: Ter disputado com nomes fortes do partido PSDB foi um desafio?
Maurício Helpis: Sim, foi um grande desafio. O PSDB tem nomes muito fortes e consolidados na política de Coxim, pessoas com trajetória, experiência e reconhecimento popular. Disputar ao lado deles me fez entender ainda mais a importância de construir uma campanha sólida, com base na escuta da população, na humildade e no trabalho sério. Mas, em vez de me intimidar, isso me motivou. Mostrou que era possível conquistar meu espaço com verdade, dedicação e propostas voltadas para as necessidades reais da nossa cidade. E, graças a Deus e ao apoio das pessoas, consegui ser eleito, o que, pra mim, foi uma grande vitória.
Diário do Estado: O que é mais fácil: ser empresário ou político?
Maurício Helpis: São dois desafios bem diferentes, cada um com suas complexidades. Como empresário, você lida diretamente com o mercado, com gestão, planejamento, equipe e riscos financeiros. Já na política, o desafio é lidar com as demandas públicas, burocracias, articulações e, principalmente, com as expectativas da população — que são muitas, e com razão. A grande diferença é que, na política, suas decisões impactam diretamente a vida de milhares de pessoas, e isso exige ainda mais responsabilidade. Então, não dá pra dizer que um é mais fácil que o outro, mas posso afirmar que ser político é um desafio constante, porque envolve não só gestão, mas também representatividade, empatia e compromisso com o coletivo.
Diário do Estado: Quem foram seus maiores apoiadores?
Maurício Helpis: Sem dúvida, minha família, Glenda. Meus pais, minha esposa e meus filhos foram meus maiores incentivadores, e sem o apoio deles eu não teria conseguido. A campanha eleitoral é pesada, não tem dia nem hora, é de segunda a segunda. Se a gente não tiver o apoio da família, não consegue caminhar.
Diário do Estado: Você, em algum momento, se arrependeu de ter colocado seu nome à disposição?
Maurício Helpis: Não, nunca me arrependi de ter colocado meu nome à disposição. Claro que existem momentos difíceis, cobranças intensas, críticas e até frustrações quando as coisas não acontecem na velocidade que a gente gostaria. Mas eu sabia que não seria fácil. Entrei na política com o propósito de contribuir, de representar quem muitas vezes não tem voz, e isso me fortalece a cada dia. Quando vejo que, de alguma forma, estou ajudando a melhorar a vida das pessoas, mesmo que seja um o de cada vez, isso me mostra que fiz a escolha certa.
Diário do Estado: Você tem planos para continuar na política?
Maurício Helpis: Sim, tenho planos de continuar na política, mas sempre com os pés no chão e respeitando a vontade da população. Acredito que, quando a gente entra na vida pública com seriedade, compromisso e resultados, é natural pensar em dar continuidade a esse trabalho. Mas, mais do que pensar no futuro, meu foco hoje é honrar o mandato que recebi, fazer um trabalho transparente e próximo das pessoas. Se lá na frente o povo entender que devo continuar, estarei pronto para seguir contribuindo com ainda mais experiência e responsabilidade.
Diário do Estado: Agradeço por nos conceder essa entrevista e, por favor, suas considerações finais, vereador.
Maurício Helpis: Quero agradecer ao Jornal Diário do Estado pelo espaço e pela oportunidade de dialogar com a população de Coxim. Reforço meu compromisso de continuar trabalhando com seriedade, transparência e dedicação em prol da nossa cidade. Cada conquista, cada ação, cada projeto tem como objetivo principal melhorar a vida das pessoas. Estou sempre à disposição da comunidade, com o gabinete de portas abertas para ouvir, acolher e buscar soluções. A política só faz sentido quando é feita com verdade e proximidade com o povo. Muito obrigado a todos que confiam no nosso trabalho. (Glenda Melo - Diário do Estado)
Entrevista
Nossa entrevista da semana é com uma mulher que carrega, em cada gesto e palavra, a delicadeza e a força de quem escolheu cuidar da mente e da alma das pessoas. Recebemos com muito...
6 de junho de 2025
Nossa entrevista da semana é com uma mulher que carrega, em cada gesto e palavra, a delicadeza e a força de quem escolheu cuidar da mente e da alma das pessoas.
Recebemos com muito carinho a médica Camila Molina Kern, de 37 anos, psiquiatra formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, uma profissional dedicada, que faz da escuta e do acolhimento as bases do seu trabalho.
Mas, além da médica, conhecemos também a mulher, a esposa e a mãe: Camila é casada com o também médico Felipe Gomes Ferreira, com quem construiu uma linda família. Juntos, são pais do Matheus, de 7 anos, e da pequena Maitê, de 3 anos, dois grandes amores que, segundo ela, dão ainda mais sentido à sua missão de cuidar das pessoas.
Hoje, vamos conversar sobre sua trajetória, os desafios e encantos da psiquiatria, e sobre o equilíbrio entre a profissão e a maternidade. Seja muito bem-vinda, doutora Camila é uma alegria ter você conosco!
Diário do Estado: Como a senhora definiria saúde mental e qual a sua importância na vida cotidiana?
Dra. Camila: Saúde mental é um conjunto de aspectos da vida emocional, social, psicológica que afeta a forma como interpretamos, sentimos e nos comportamos.
Diário do Estado: Quais são os principais fatores que influenciam a saúde mental de uma pessoa?
Dra. Camila: Autoconhecimento seria o principal fator, seguido de capacidade de lidar com emoções ditas negativas, como tristeza e raiva e sem dúvida, manter relacionamentos saudáveis (não me refiro a relacionamentos românticos apenas, mas amizades e vínculos familiares).
Diário do Estado: Quais as diferenças fundamentais entre um transtorno psiquiátrico e uma fase difícil da vida?
Dra. Camila: Fase difícil da vida é um processo absolutamente natural e esperado, tende a ser ageiro e não afeta significativamente a capacidade de trabalho, interação social, sono e apetite. Já os transtornos mentais são patológicos, ou seja, interferem significativamente na qualidade de vida do paciente, e tendem a piorar com o ar do tempo se não houver intervenção adequada.
Diário do Estado: Como é realizado o diagnóstico de um transtorno psiquiátrico? Quais critérios são utilizados?
Dra. Camila: Os critérios diagnósticos variam conforme a doença, mas seguem manuais validados internacionalmente. Atualmente utilizamos o DSM 5. Para isso são realizadas avaliações clinicas durante os atendimentos e caso haja indicação também podem ser solicitados exames complementares.
Diário do Estado: Quais são os principais tratamentos disponíveis atualmente para as doenças psiquiátricas?
Dra. Camila: Medicamentos e psicoterapia são amplamente estudados e validados como ferramentas altamente eficazes para uma ampla gama de doenças.
Diário do Estado: Qual é o papel da medicação no tratamento de transtornos mentais? E qual o papel da psicoterapia?
Dra. Camila: São complementares, na maioria das vezes essas duas modalidades de tratamento são necessárias para alcançar um controle eficaz das doenças.
Diário do Estado: Como saber quando é a hora certa de procurar ajuda psiquiátrica?
Dra. Camila: Quando perceber que existe um prejuízo em sua qualidade de vida, quando perceber que as estratégias adotadas por iniciativa própria não estão sendo eficazes, quando o tempo de sofrimento está muito arrastado.
Diário do Estado: Quais são os transtornos psiquiátricos mais comuns no Brasil atualmente? E em Coxim a maioria dos seus atendimentos, pacientes, quais os maiores encaminhamentos?
Dra. Camila: Os transtornos psiquiátricos mais comuns no Brasil seguem os mesmos padrões observados no restante do mundo, com algumas particularidades ligadas a fatores socioeconômicos. Em primeiro lugar estão os transtornos de ansiedade como transtorno de ansiedade generalizada, fobias, transtorno de pânico; seguidos por transtorno depressivo e na sequência transtornos por uso de substancias. Em Coxim observo a mesma prevalência citada acima.
Diário do Estado: O que caracteriza a depressão e como ela pode ser diferenciada de uma tristeza comum?
Dra. Camila: Apesar de compartilharem alguns aspectos são condições muito distintas. A tristeza é uma condição normal e ageira e frequentemente apresenta um gatilho identificável. Além disso a pessoa consegue manter sua funcionalidade, mesmo que com alguma dificuldade. Na depressão existe um prejuízo significativo, duradouro, podendo interferir em sono, apetite, pensamentos, capacidade de trabalho, podendo ainda levar a pensamentos suicidas. Na depressão nem sempre existe um fator desencadeante identificável.
Diário do Estado: A ansiedade está cada vez mais presente na sociedade. Quais são os sinais de que ela se tornou um transtorno?
Dra. Camila: Sentir-se ansioso eventualmente é fisiológico, ou seja, normal e saudável, pois é uma resposta do corpo a um estimulo estressor. Quando se observa uma recorrência frequente dessa sensação, ou quando ela se torna muito intensa a ponte de atrapalhar sua vida cotidiana pode se tratar de uma doença.
Diário do Estado: Quais são os principais desafios no diagnóstico e tratamento da esquizofrenia?
Dra. Camila: Acredito que o maior desafio esteja ligado a questões culturais, preconceitos, que atrasam ou impedem o correto e precoce tratamento, que fará toda a diferença na evolução da doença.
Diário do Estado: Como o transtorno bipolar se manifesta e qual é a importância do tratamento contínuo?
Dra. Camila: O transtorno bipolar é uma doença bastante complexa, que apresenta diversas formas de manifestação, mas para facilitar o entendimento a resumimos como uma doença que é caracterizada por oscilações entre fases de depressão e hipo/mania, sendo necessário que o paciente fique algumas semanas mantendo as características de um destes polos. A importância do tratamento contínuo visa a estabilização do humor para que a pessoa tenha uma vida absolutamente normal, sem sintomas.
Diário do Estado: Quais medidas podem ser adotadas para prevenir transtornos psiquiátricos?
Dra. Camila: Hábitos simples como o investimento em vínculos afetivos saudáveis, a prática de atividades físicas, investimento em sono de qualidade, alimentação equilibrada, evitar consumo de álcool ou demais substancias psicoativas e prática de meditação funcionam como um excelente arsenal para evitar o adoecimento. Não se trata de evitar todo tipo de sofrimento emocional possível, mas sim de desenvolver ferramentas de enfrentamento.
Diário do Estado: Como a sociedade pode combater o estigma relacionado às doenças mentais?
Dra. Camila: Acredito que atitudes como a sua, de convidar um profissional da área para falar sobre o assunto, ajudam a desmistificar a ideia de que doença mental é sinônimo de loucura.
Diário do Estado: Qual a importância das redes de apoio (família, amigos, comunidade) na recuperação de pacientes com transtornos mentais?
Dra. Camila: Essas são as primeiras estruturas que a pessoa adoecida encontrará para enfrentar a doença, portanto são de suma importância, devendo encorajar seu ente querido a buscar ajuda o mais breve possível e evitar emitir julgamentos ou falas preconceituosas.
Diário do Estado: De que forma a cultura e a sociedade influenciam na percepção e no tratamento das doenças psiquiátricas?
Dra. Camila: A percepção cultural sobre o que é normal ou patológico influencia a forma como os sintomas são interpretados e até a forma de buscar ajuda. Já escutei diversas vezes de pacientes que demoraram a iniciar o tratamento por considerar que psiquiatra deve ser acionado somente em última instância, após terem esgotado todas as outras tentativas. Algumas sociedades interpretam sintomas psicóticos como possessões e sintomas depressivos ou ansiosos como falhas espirituais ou morais.
Diário do Estado: Como a pandemia de COVID-19 impactou a saúde mental da população?
Dra. Camila: Trouxe um impacto profundo na saude mental da população mundial, devido a fatores como isolamento social, medo do adoecimento, morte de entes queridos, perdas financeiras e sensação de incerteza prolongada. De acordo com a OMS houve um aumento de no mínimo 25% dos transtornos ansiosos e depressivos.
Diário do Estado: Quais são os principais desafios que a psiquiatria enfrenta atualmente?
Dra. Camila: Acredito que os principais desafios estejam ligados ao o escasso de serviços de qualidade. As filas para consultas em serviços públicos são longas, muitas vezes sem profissionais treinados. Além disso os medicamentos raramente são encontrados na rede publica, o que dificulta ainda mais o amplo o da população a um tratamento digno e eficaz.
Diário do Estado: Como a senhora vê o futuro da psiquiatria, considerando os avanços tecnológicos e científicos?
Dra. Camila: Muito tem se investido em estudos e avanços tecnológicos que facilitem e tornem mais precisos os diagnósticos e tratamentos psiquiátricos, mas acredito que nada substituirá a necessidade de acolhimento, empatia e vinculo que somente um bom profissional pode proporcionar aos seus pacientes.
Diário do Estado: Que mensagem a senhora gostaria de deixar para quem enfrenta problemas de saúde mental, mas ainda sente medo ou vergonha de procurar ajuda?
Dra. Camila: Diria que as doenças mentais são como outra qualquer, ou seja, levam a alterações em estruturas e bioquímica cerebral, portanto, assim como você procuraria um ortopedista para tratar um osso quebrado, um psiquiatra vai cuidar do seu adoecimento psíquico. É natural sentir receio das coisas que não conhecemos bem, mas procurando um profissional que te traga segurança, te faça sentir respeitado e demonstre possuir o conhecimento adequado fará uma grande diferença em sua qualidade de vida.
Diário do Estado: Suas considerações finais para o Jornal Diário do Estado
Dra. Camila: Gostaria de parabenizar ao jornal Diário do estado pela iniciativa em falar sobre adoecimento mental, ajudando a reduzir o estigma e o sofrimento das pessoas que lidam com esta dor. Também quero agradecer ao espaço que me foi oferecido e dizer que estou muito satisfeita em trazer esses esclarecimentos a população coxinense.
Confira a Entrevista na Integra:
Entrevista
Nosso entrevistado da semana é um dos profissionais mais respeitados em seu segmento em Coxim e exemplo de dedicação pela profissão. Samuel Severino Oliveira, 51...
30 de maio de 2025
Nosso entrevistado da semana é um dos profissionais mais respeitados em seu segmento em Coxim e exemplo de dedicação pela profissão.
Samuel Severino Oliveira, 51 anos, formado em Marketing, casado com Marileide Vaz, Locutor e empreendedor, pai de 3 filhos Tainá, Eduardo e Maria Clara.
Com 36 anos de dedicação ao rádio, Samuel Oliveira se tornou muito mais do que um locutor: ele é um símbolo de credibilidade, carisma e amor pela profissão. Sua trajetória é feita de histórias inesquecíveis, desafios superados, e um compromisso inabalável com a informação, a música e a companhia diária aos ouvintes.
Samuel sem dúvida é uma das figuras mais queridas e respeitadas de Coxim, fazendo o que mais ama: comunicar, emocionar e transformar o cotidiano das pessoas através da força da sua voz.
Hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre o homem por trás do microfone, suas memórias, aprendizados e a visão de quem dedicou mais de três décadas a esse meio tão poderoso e essencial.
Diário do Estado: Como nasceu a sua paixão pelo rádio e pela locução? Você se lembra do momento em que decidiu seguir essa carreira?
Samuel Oliveira: Minha paixão pelo rádio surgiu muito cedo, acredito que entre os meus 14 e 15 anos.
Nessa idade, eu gostava muito de uma rádio que havia lá em Campo Grande, e tinha um locutor em específico que eu irava demais! Me lembro que, sempre que ia a Campo Grande, fazia questão de gravar a voz dele, gravar as músicas dessa rádio, etc.
E com toda essa inspiração, comecei com uma brincadeira, em um aparelho de som conhecido na época como “3 em 1”. Nele, eu conectava um microfone, me juntava com um amigo que também se interessava por essa área da comunicação e a gente brincava de fazer as famosas paqueras. Levamos esse atempo até para o restaurante onde trabalhávamos na época, e agíamos como se realmente fôssemos locutores.
E foi nesse mesmo restaurante que conheci a Rosi Paiva, que era a gerente da rádio na época. Eu disse a ela que tinha muito interesse nessa área e ela falou para eu ar na rádio e gravar um piloto. E foi aí que tudo começou.
Fui aprovado e meu primeiro programa era das 20h às 00h. Comecei sem experiência nenhuma, mas com muito interesse em aprender.
Diário do Estado: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou no início da sua trajetória como locutor?
Samuel Oliveira: Acho que os principais desafios vinham do fato de que a gente tinha pouco o à informação, pouco contato com as rádios de fora, como as de São Paulo, que eram referência para todas as rádios.
Naquela época, não existia um curso, por exemplo, para a gente se aperfeiçoar. Aprendemos tudo na raça mesmo, e acredito que, se fosse nos tempos de hoje, essa jornada seria um pouco mais leve.
Diário do Estado: Nestes mais de 20 anos de carreira, qual foi o momento mais marcante ou emocionante para você?
Samuel Oliveira: Tive vários momentos muito marcantes e de muita emoção, mas um que me marcou foi saber que conseguimos ajudar cerca de 110 famílias, na época, através de uma campanha que fizemos para arrecadar cestas básicas, que durou cerca de dois anos.
Outro momento marcante foi o falecimento da minha mãe. Quando aconteceu, eu estava ao vivo no programa e meu irmão tentava de todas as formas falar comigo, até que conseguiu, já no final do programa.
Diário do Estado: Como você vê a evolução do rádio desde que começou a trabalhar até hoje? O que mudou na forma de comunicar?
Samuel Oliveira: A evolução do rádio é tremenda. Antigamente, tínhamos que fazer tudo manualmente, com os aparelhos todos analógicos.
Dava realmente muito trabalho fazer um programa naquela época, já que tudo era manual.
As propagandas que tínhamos que soltar eram através de fitas, cartucheiras.
E tudo era feito com discos de vinil. Tínhamos uma programadora, que era uma pessoa contratada só para fazer a programação.
Então, se eram 12 músicas para tocar no programa, eu chegava e haviam 12 discos separados, que iam para o sonoplasta, e ele era encarregado de cuidar dessa parte de colocar as músicas e as propagandas, e eu ficava com uma via de tudo para a gente conduzir o programa.
Mas, às vezes, tínhamos que fazer um programa sozinhos.
Então, numa situação dessas, eu precisava narrar o programa, trocar disco, trocar propaganda — praticamente fazer tudo ao mesmo tempo.
Por isso, às vezes, brinco que os locutores de hoje em dia são todos “nutelas”, porque, de fato, hoje um computador faz quase tudo. Então o rádio basicamente mudou da água para o vinho.
Diário do Estado: Quais habilidades considera essenciais para quem quer ser um bom locutor atualmente?
Samuel Oliveira: A nossa forma de se comunicar mudou muito. Antigamente, tínhamos uma visão de que os bons locutores tinham que ter uma voz super grossa, até porque eles eram as nossas referências da época.
Acredito que, hoje em dia, o essencial é você ser carismático, saber tratar bem as pessoas, ter muita empatia e carinho. Até porque hoje temos muita facilidade de interação com os ouvintes, por meio das redes sociais, então você acaba criando uma relação muito próxima.
Me lembro que, antigamente, nossa forma de se comunicar com os ouvintes era através de cartas escritas à mão, que eles deixavam em um ponto de coleta, e a gente recebia entre 30 a 60 dias depois.
Então, hoje em dia, com toda essa tecnologia, é esperado que você seja uma pessoa atenciosa e carismática.
Diário do Estado: Como é a sua rotina de trabalho na Band FM de Coxim? Quais são os bastidores que o público não vê?
Samuel Oliveira: Minha rotina começa logo cedo, com o meu programa na Vale, o “Programa do Samuca”.
Ele vai das 7h às 8h30, e eu me divirto muito lá. Acho que não tem forma melhor de começar o dia.
E ao meio-dia, tenho meu outro programa na Band FM, chamado Band Cidade, que apresento junto com meu amigo Camilo Bressan, uma pessoa por quem tenho um carinho enorme e que me ensinou e ajudou muito a evoluir.
Sobre os bastidores, acho que o que resume tudo é a correria. Às vezes, os ouvintes acham que, nos intervalos, estamos de boa, mas aproveitamos esse tempo para organizar quais informações do dia são interessantes para ar, quais textos vamos falar, porque tudo precisa ser escolhido com muito critério. É uma responsabilidade enorme estar no nosso lugar propagando informações.
Diário do Estado: O que mais te motiva a continuar no ar todos os dias?
Samuel Oliveira: O que me motiva, com certeza, é o carinho e reconhecimento do meu trabalho. É sair na rua, encontrar meus ouvintes, ter um de perto, fora as participações diárias pelas redes sociais.
Acho todo esse contato próximo com as pessoas essencial, e é muito bom saber que nosso trabalho está alcançando muitos lugares que antigamente não atingíamos, graças à evolução do rádio.
Diário do Estado: Você acredita que o rádio local cumpre um papel importante na comunidade? De que forma isso se manifesta em Coxim?
Samuel Oliveira: Sim, acredito que o rádio é fundamental, cumprindo o seu papel importantíssimo de informar, trazer conteúdo e entretenimento de qualidade para a população.
O que seria de nós sem o rádio? Ele é o companheiro da dona de casa, do pessoal do comércio, da fazenda. Tem um papel enorme na vida das pessoas.
Um exemplo de situação em que o rádio cumpriu um papel muito legal em Coxim foi na apuração das eleições municipais, quando tivemos uma participação gigantesca dos ouvintes, não só diretamente pelo rádio, mas também pela nossa transmissão no YouTube.
Com certeza, o rádio é um grande veículo de comunicação e contribui muito para a sociedade coxinense.
Diário do Estado: Qual foi o programa ou projeto que você apresentou com mais orgulho até hoje na Band FM? Por quê?
Samuel Oliveira: Atualmente, participo de dois programas que me trazem muito orgulho e alegria, mas a Band FM tem um lugar especial no meu coração, porque fazer parte dela é a realização de um sonho de infância, que eu via como algo muito distante.
Então, o programa Band Cidade, que apresento com o Camilo Bressan, é motivo de muito orgulho e gratidão para mim.
Diário do Estado: Como você adapta a sua comunicação para se conectar com o público de Coxim e região?
Samuel Oliveira: Eu procuro fazer uma comunicação bem popular, sem muita formalidade, buscando falar a língua do povo, justamente para me conectar mais com as pessoas.
Diário do Estado: Com a popularização dos podcasts e das plataformas digitais, como você enxerga o futuro do rádio tradicional?
Samuel Oliveira: Hoje o rádio está ando por uma transformação. Temos vários outros meios de comunicação que tomaram seu espaço, principalmente os podcasts.
Mas nós, que somos do rádio, temos a obrigação de acompanhar a evolução da tecnologia.
Um exemplo prático dessa mudança é que, nos programas de entrevistas da rádio, praticamente os transformamos em podcasts.
Nossos ouvintes têm a opção de escutar a gente na rádio e acompanhar a transmissão ao vivo por outras plataformas, como YouTube e Facebook. Usamos essa evolução tecnológica a nosso favor.
E, sobre o futuro do rádio, enxergo um futuro brilhante. Acredito que o rádio vai seguir firme e forte, conquistando diversos outros espaços na sociedade.
Mas, para isso, precisamos ter a mente aberta e realmente usar a tecnologia a nosso favor, sem nos apegar tanto às “tradições”.
Diário do Estado: Você já pensou ou tem interesse em migrar ou complementar sua atuação com outras mídias, como podcast ou YouTube?
Samuel Oliveira: Talvez “migrar” não seja a palavra certa, mas com certeza já pensei em complementar minha atuação com outras mídias, principalmente depois que percebi que precisamos acompanhar essa evolução.
Então, aos poucos, venho mudando isso. Como disse anteriormente, busco transformar meus programas no formato de podcast, deixando tudo salvo para que as pessoas assistam quando e onde quiserem. Tenho interesse em usar isso para agregar ainda mais — e quem sabe um dia fazer um podcast voltado exclusivamente para as mídias sociais.
Diário do Estado: Na sua opinião, o que o rádio oferece que nenhuma outra mídia consegue entregar?
Samuel Oliveira: O rádio tem uma proximidade que nenhuma outra mídia consegue replicar.
Para muita gente, é uma companhia constante — seja no carro, em casa ou no trabalho — e fala direto com o ouvinte, no ritmo da vida real.
É instantâneo, ível e humano. A voz no rádio cria um laço de confiança, de intimidade, que não vemos da mesma forma em outras plataformas.
Diário do Estado: Como você vê a importância da voz na era atual, em que a imagem e o vídeo são tão valorizados?
Samuel Oliveira: A voz é extremamente essencial, independentemente das evoluções da era atual. A voz carrega muita emoção, credibilidade, e nos conecta com as pessoas de uma forma que, muitas vezes, uma imagem não consegue sozinha.
Principalmente com o crescimento dos podcasts, audiolivros, etc., podemos ver um verdadeiro renascimento da voz.
A imagem pode até chamar a atenção, mas é a voz que sustenta a imagem e cria o vínculo.
Diário do Estado: Quem foram ou ainda são suas maiores referências no mundo da locução e comunicação?
Samuel Oliveira: Tive como referência, no início da minha jornada como locutor, uma pessoa que eu escutava aqui na cidade: o saudoso “Tio Zé Potoca”. Ele fazia uma festa no rádio, tudo de forma manual, e essa criatividade me fez enxergá-lo como uma referência.
Diário do Estado: Como você se prepara antes de entrar no ar? Tem algum ritual ou técnica específica?
Samuel Oliveira: Antigamente, usávamos algumas técnicas para melhorar a voz, inclusive uma chamada técnica da caneta. Mas hoje em dia, não tenho nenhum ritual específico. A gente apenas tenta manter a saúde em dia e ter atenção com os alimentos que vamos consumir, etc.
Diário do Estado: Qual característica ou estilo você acredita que diferencia sua locução das demais?
Samuel Oliveira: Uma das características que acho que diferencia a minha locução é fazer algo mais informal. Me sinto conversando com amigos mesmo quando estou me comunicando com os ouvintes. Sempre busco agir com muita naturalidade.
Diário do Estado: Tem alguma situação engraçada ou curiosa que viveu no estúdio e que pode compartilhar com a gente?
Samuel Oliveira: Uma das situações engraçadas que vivi foi um dia em que estava fazendo a divulgação de uma empresa no programa Band Cidade.
Eu estava falando os valores promocionais, elogiando os preços, e de repente me deparei com o valor de um produto que estava muito caro. Não consegui disfarçar e acabei soltando minha opinião no ar. Esse dia é motivo de muitas risadas até hoje.
Diário do Estado: Que conselho você daria para quem está começando agora na área de locução ou sonha em trabalhar no rádio?
Samuel Oliveira: Meu conselho para quem quer começar é: buscar informação, estudar muito e fazer o que puder para se especializar na área. Inclusive fazer um curso de vendas, para conseguir conciliar tudo isso.
Mas não desista, corra atrás, procure uma oportunidade — se for pra ser, vai dar certo.
Diário do Estado: Depois de tantos anos no ar, qual é a principal lição que o rádio te ensinou, como profissional e como pessoa?
Samuel Oliveira: O rádio me ensinou muitas coisas. Foi como uma faculdade para mim.
Tudo eu aprendi na prática, sabe?
O rádio me ensinou a ser um ser humano melhor, a ter mais empatia pelas pessoas, já que, com o rádio, conheci diversas histórias e diferentes realidades que me moldaram para ser quem sou hoje. Eu, de fato, aprendi muito.
Afinal, comecei no rádio com 16 anos, e apesar de uma pausa nesse período, sigo aqui vivendo essa profissão linda. Se eu pudesse, com certeza faria tudo de novo!
Diário do Estado: Considerações finais:
Samuel Oliveira: Primeiro, quero agradecer a você, Glenda, e ao Diário do Estado, por me darem essa oportunidade de compartilhar um pouco da minha vida e da minha experiência na comunicação e no rádio.
Muito obrigado, Elô e Rubens Dantas — só tenho a agradecer a essa equipe.
Agora, quero agradecer ao Sr. Toninho e à Dona Tânia, que foram quem me deram a oportunidade de começar na rádio. Devo muito a eles.
E já aproveitando, agradeço muito ao Toni, que é o atual diretor, por continuar me dando a oportunidade de estar no rádio todos os dias. Ele é uma pessoa que me ajuda, me ensina muito e me faz crescer como profissional.
Também quero agradecer a toda a equipe da rádio, meus companheiros diários, que dividem essa jornada comigo e a tornam mais leve. E, claro, quero agradecer aos meus ouvintes, que são o combustível de tudo isso. Muito obrigado!
Confira a entrevista na integra: