domingo, 08 de junho, 2025
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Casa própia
Aumento das taxas chega até 2 pontos percentuais. Segundo o banco, valor considera 'fatores mercadológicos e conjunturais'. Linhas de crédito do Minha Casa, Minha Vida não tiveram mudanças.
10 de janeiro de 2025
Marcio Roberto Fanti
Quem decidiu buscar um financiamento de imóvel com Caixa Econômica Federal em 2025 encontrou juros mais altos do que os praticados no ano ado. No dia 2 de janeiro, a instituição elevou suas taxas entre 1 e 2 pontos percentuais (p.p.).
A alta vale apenas para novos contratos e varia de acordo com a modalidade de financiamento.
Veja abaixo as mudanças:
Taxa Referencial (TR)
Como era? A linha de crédito corrigida pela Taxa Referencial era, até dezembro, de TR mais 8,99% a 9,99% ao ano.
Como ficou? Os juros subiram a TR mais 10,99% a 11,49% ao ano para imóveis residenciais de até R$ 1,5 milhão. Para imóveis de valores superiores, incluindo comerciais, a taxa chega a 12% ao ano.
Poupança Caixa
Como era? A linha de crédito Poupança Caixa, que considera a remuneração da poupança mais um percentual, era de remuneração da poupança mais 3,10% a 3,99% ao ano
Como ficou? Agora, a taxa subiu para remuneração da poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano.
Essas alterações se referem às modalidades de crédito imobiliário que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), destinado a imóveis de até R$ 1,5 milhão.
A Caixa informou em nota que realiza uma análise de fatores "mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito" para definir as taxas.
E o Minha Casa, Minha Vida?
Enquanto isso, as linhas de crédito que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como as do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), não tiveram aumento nas taxas.
Se enquadram no MCMV as famílias com renda de até R$ 8 mil, para a compra de imóveis de até R$ 350 mil. Nessa linha, que é subsidiada, as taxas variam de 4,07% a 8,47% ao ano.
Simulação
A pedido do g1, a advogada Daniele Akamine, especialista em mercado imobiliário, realizou simulações para mostrar como eram e como estão agora os financiamentos nas modalidades que tiveram aumento nos juros neste início de ano.
Ela usou como exemplo um cliente de 30 anos, com financiamento de R$ 500 mil e prazo estabelecido de 30 anos. Os cálculos foram feitos com base na chamada taxa balcão — a mais alta que a Caixa opera.
No caso da linha de crédito com correção feita pela Taxa Referencial, a mais tradicional, a parcela a ser paga de financiamento (primeira prestação) subiu em R$ 562,71 pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Esse é o sistema no qual o valor total das prestações pagas vai diminuindo ao longo do tempo, por conta da parcela decrescente de juros.
Com isso, o custo total do imóvel irá sofrer forte alta. Caso não realize amortizações ao longo do financiamento, o comprador vai desembolsar R$ 100,7 mil a mais para quitar a casa própria, mostram os cálculos.
No sistema Tabela Price (TP), no qual o valor total é constante durante o prazo contratado, o aumento na prestação é semelhante. A diferença no custo total do imóvel, no entanto, é ainda mais amarga: o acréscimo é de R$ 183,2 mil no valor pago.
Já no caso da linha de crédito Poupança Caixa, a parcela a ser paga de financiamento — considerando o mesmo exemplo — ficou R$ 280,88 mais alta pelo sistema SAC. Com isso, o comprador deve desembolsar R$ 59,6 mil a mais para quitar o financiamento.
No sistema Price, a prestação ficou R$ 297,21 mais alta, o que aumenta o custo final total do imóvel em R$ 124,3 mil.
"Hoje, a linha de crédito atrelada à poupança é a melhor alternativa para financiamento na Caixa", diz Daniele Akamine. Ela lembra, por outro lado, que caso a taxa básica de juros brasileira, a Selic, volte a cair, a Taxa Referencial pode voltar a ficar mais atrativa.
"Há também o impacto na renda. Quanto maior a prestação, maior a renda que o cliente precisa ter para conseguir o financiamento", explica Akamine. "Isso acaba tirando de muitas famílias a oportunidade de financiar a casa própria."
Segundo a especialista, a cada elevação de 1 ponto percentual (p.p.) nos juros de financiamento imobiliário, 300 mil famílias deixam de conseguir comprar um imóvel. O cenário, diz, indica uma desaceleração do mercado de médio e alto padrão.
Gradativamente, os outros bancos também estão elevando as taxas. A Caixa detém 70% dos financiamentos habitacionais e, por isso, é um balizador do mercado. Então, quando o banco sobe o custo do crédito, os outros seguem o mesmo caminho, lembra a advogada.
Cenário de mudanças
Em 1º de novembro de 2024, a Caixa Econômica Federal já havia alterado as regras para os financiamentos de imóveis com recursos do SBPE.
Entenda as alterações:
LIMITE NOS EMPRÉSTIMOS: Nos empréstimos feitos com recursos do SBPE, o banco ou a financiar a compra ou a construção individual de imóveis com valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão. Antes, não havia nenhum limite.
REDUÇÃO DAS COTAS DE FINANCIAMENTO: O banco ou a financiar até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Até então, a cota itida era de até 80% do valor do imóvel. Já pelo sistema Price, o banco ou a financiar até 50% do valor do imóvel. Nesse caso, a cota era de 70%.
Segundo a Caixa, a alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, mantiveram-se as condições vigentes.
O que explica as alterações da Caixa?
As mudanças ocorrem diante do volume de saques da caderneta de poupança — origem dos recursos do SBPE — e, principalmente, do nível elevado da taxa básica de juros do país, a Selic.
Segundo dados do Banco Central (BC), as retiradas de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões em todo ano de 2024. A situação exige atenção mesmo que a saída de valores da poupança tenha sido menor que em 2023, quando R$ 87,8 bilhões deixaram a modalidade.
Enquanto isso, os juros básicos do país estão em tendência de alta, o que gera reflexos diretos no financiamento imobiliário.
Entre julho e dezembro, a Selic avançou 1,75 ponto percentual (p.p), chegando aos atuais 12,25% ao ano. Além disso, o BC já anunciou duas novas elevações na taxa, que deve chegar a 14,25% na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom).
A Selic é usada como referência para uma série de taxas no país. Quando elevada, também sobem os custos de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, por exemplo.
Em outras palavras: uma Selic mais alta — e com previsão de continuar em patamares elevados por mais tempo — puxa para cima as taxas praticadas pelos bancos, tornando mais caro financiar a casa própria.
Novidade
Chegando novidade que promete facilitar nossa vida para pagar nossas contas, vem aí mais praticidades oferecidas pelo pix. O Banco Central do Brasil acaba de anunciar uma...
2 de junho de 2025
Chegando novidade que promete facilitar nossa vida para pagar nossas contas, vem aí mais praticidades oferecidas pelo pix.
O Banco Central do Brasil acaba de anunciar uma inovação que promete transformar a forma como os brasileiros realizam pagamentos recorrentes. Trata-se do Pix Automático, sistema que entra em operação a partir de 16 de junho e que busca facilitar o pagamento de contas como planos de saúde, contas de consumo e serviços por , de maneira mais simples e segura.
A apresentação oficial do Pix Automático será realizada no próximo dia 4 de junho, em um evento promovido pelo Banco Central, em São Paulo. O encontro contará com a presença do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que irá detalhar o funcionamento da nova ferramenta e esclarecer dúvidas de empresários, representantes do setor financeiro e consumidores.
“O Pix Automático é mais um o na direção de um sistema financeiro cada vez mais eficiente, ível e digital”, destaca Galípolo, que também abordará as expectativas do Banco Central quanto à adesão da população e das empresas ao novo modelo.
O funcionamento do Pix Automático é intuitivo e visa desburocratizar pagamentos recorrentes. O cliente autoriza a cobrança uma única vez, definindo previamente parâmetros de segurança, como o valor máximo permitido por transação e a possibilidade ou não de utilização de linha de crédito.
Após a autorização, a dinâmica é automática: a empresa que presta o serviço envia a cobrança ao banco do cliente, que realiza o débito programado na conta do usuário, com notificação prévia. O cliente poderá acompanhar todos os detalhes no aplicativo da instituição financeira, e, se estiver tudo conforme acordado, o pagamento é processado automaticamente na data estipulada.
Diferente do débito automático tradicional, que exige convênios específicos entre empresas e bancos, o Pix Automático oferece um modelo mais aberto, interoperável entre diferentes instituições financeiras, como bancos, cooperativas de crédito e fintechs.
Benefícios para consumidores e empresas
De acordo com o Banco Central, o Pix Automático trará benefícios significativos para ambos os lados:
Para os consumidores:
Para as empresas:
A iniciativa também reforça a trajetória do Banco Central de promover a digitalização da economia brasileira, uma das prioridades da autarquia nos últimos anos, especialmente após o sucesso do Pix tradicional, que se consolidou como um dos meios de pagamento mais populares do país.
Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o Pix se destacou por sua adesão massiva e pela capacidade de reduzir custos e tempo de transações financeiras. Agora, com o Pix Automático, o Banco Central dá mais um o para consolidar o Brasil como referência global em inovação no sistema financeiro.
A expectativa do BC é que o novo modelo ganhe rapidamente adesão entre consumidores e empresas, e que contribua para um ambiente financeiro mais eficiente, seguro e inclusivo.
O Lançamento oficial acontece no dia 4 de junho de 2025 e o início das operações com novo pix é dia 16 de junho de 2025
Economia
Até agora, apenas dívidas na mesma instituição podiam ser trocadas
16 de maio de 2025
A partir desta sexta-feira (16), os trabalhadores com crédito consignado ou crédito direto ao consumidor (CDC) podem migrar dívidas de outras instituições financeiras para o Crédito do Trabalhador . O programa fornece crédito com juros mais baixos a trabalhadores com carteira assinada. Desde abril, a troca de dívidas caras por mais baratas só podia ser feita dentro da mesma instituição.
As mais de 70 instituições financeiras habilitadas no programa já estão autorizadas a oferecer a troca diretamente em seus aplicativos e sites . Nessa etapa, a migração ainda não está disponível na Carteira de Trabalho Digital.
A troca só é vantajosa nos casos em que o consignado para CLT, lançado há dois meses, tenha juros mais baixos que as linhas de crédito contratadas pelo trabalhador. Em média, o CDC tem juros em torno de 7% a 8% ao mês. No programa Crédito do Trabalhador, as taxas estão um pouco acima de 3% ao mês, com alguns bancos cobrando 1,6% ao mês.
Segundo a medida provisória (MP) que lançou o Programa Crédito do Trabalhador, a redução dos juros na troca de dívida é obrigatória. Para fazer o procedimento, o trabalhador contrata um empréstimo consignado pelo Crédito do Trabalhador e quita a dívida anterior. Caso tenha margem consignável, pode pedir novo crédito.
A obrigatoriedade da redução das taxas de juros para a troca de dívidas vale por 120 dias, até 21 de julho, conforme a MP. Além disso, o banco pode oferecer diretamente aos seus clientes a opção de migrar para o Crédito do Trabalhador com as taxas reduzidas. Se o trabalhador não achar as condições vantajosas, ele pode optar pela portabilidade para outra instituição financeira.
No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como F, tempo de empresa e margem disponível).
- Em até 24 horas, instituições financeiras enviam ofertas de crédito.
- O trabalhador escolhe a melhor proposta, com juros menores.
- As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento.
- Até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.
- Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT.
- Pedir a portabilidade nos canais digitais da instituição ( site ou aplicativo).
- A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da nova linha.
A partir de 6 de junho, o trabalhador que fez a nova modalidade de consignado privado poderá trocar de instituição financeira, escolhendo a que oferecer juros mais baixos. Nessa etapa, qualquer dívida de qualquer banco poderá ser migrada, inclusive as linhas do Crédito do Trabalhador contratadas desde março.
A troca de dívidas e a concessão de novos empréstimos serão geridas pela Dataprev. O Ministério do Trabalho e Emprego monitora diariamente as taxas de juros e o perfil dos tomadores de crédito.
A portabilidade automática de dívidas vale apenas para CDC ou empréstimos consignados tradicionais. No entanto, o trabalhador também pode contratar a linha do Programa Crédito do Trabalhador para quitar débitos no cheque-especial ou no cartão de crédito. Nesses casos, será necessário primeiramente renegociar a dívida antes de contratar o empréstimo para quitá-la.
Segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho e Emprego, o Programa Crédito do Trabalhador liberou cerca de R$ 10,3 bilhões. O valor médio por contrato corresponde a R$ 5.383,22, com média de 17 parcelas e prestação média de R$ 317,20. Das mais de 70 instituições financeiras habilitadas, 35 estão operando a nova modalidade de consignado. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná são os estados com maior volume de concessões pelo novo programa.