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Cinema Brasil
O "Auto da Compadecida 2", que estreou nos cinemas no último dia 25, é a primeira de uma série de obras e ações que marcam o centenário do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, celebrado em junho de 2027
28 de dezembro de 2024
Mateus AraújoDo UOL, em São Paulo.
O "Auto da Compadecida 2", que estreou nos cinemas no último dia 25, é a primeira de uma série de obras e ações que marcam o centenário do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, celebrado em junho de 2027.
Além do filme — uma espécie de continuidade do sucesso de bilheteria —, estão previstos para os próximos dois anos vários lançamentos que comemoram e discutem a obra de Suassuna. Além do lançamento de reedições de seus livros, com direito a uma coletânea inédita de poesias, há previsão também de um documentário para streaming e a circulação de uma exposição imersiva inaugurada no início deste ano na Paraíba.
Parte desse "Arianoverso" tem sido produzido pelo neto mais velho do escritor, o historiador e advogado João Suassuna, 39. "Meu Natal se chama 'O Auto da Compadecida' e Ariano Suassuna", brincava João, ao telefone, na véspera do lançamento do filme.
Com uma verve empresarial, João integra a equipe que produziu o novo longa-metragem dirigido por Guel Arraes. Desde 2014, após a morte de Suassuna, ele acompanha atividades relacionadas ao avô - de homenagens a uma aula-espetáculo que ele mesmo criou para contar histórias da vida do escritor.
Com uma verve empresarial, João integra a equipe que produziu o novo longa-metragem dirigido por Guel Arraes. Desde 2014, após a morte de Suassuna, ele acompanha atividades relacionadas ao avô - de homenagens a uma aula-espetáculo que ele mesmo criou para contar histórias da vida do escritor.
"Eu 'vivo' Ariano Suassuna há 39 anos, desde que nasci. Hoje tenho oportunidade de ir na mesma praça, mesma quadra poliesportiva onde Ariano já deu aula-espetáculo", conta.
Isso é celebrar a memória dele e levar adiante a chama imortal que não restringe à família Suassuna, mas ao povo brasileiro.
João Suassuna Arianoverso'
Numa de suas inúmeras frases bem-humoradas, Ariano Suassuna chegou a dizer que o computador era seu inimigo. Mas foi justamente por meio da tecnologia que o neto dele encontrou uma forma de mantê-lo popular entre gerações mais novas.
Em abril, João Suassuna inaugurou a exposição imersiva "O Auto de Ariano, o Realista Esperançoso", idealizada por ele. O projeto utiliza projeções, cenografia e objetos pessoais para fazer os visitantes entrarem no universo criativo e emocional de Ariano.
A exposição ficou em cartaz em João Pessoa (PB) de abril a setembro, e em 29 de novembro estreou no Recife. São 1.300 metros quadrados, incluindo a reprodução em tamanho real de espaços da casa do escritor — um casarão na zona norte recifense, chamada de Ilumiara A Coroada, com várias obras de arte.
Segundo o produtor, a exposição deve ar por mais 12 cidades brasileiras em 2025. "Não é uma experiência acadêmica em um grande.
'Reencontro'
O "Auto da Compadecida 2" é visto por João Suassuna como um "reencontro de João Grilo e Chicó", na ficção, e do "Brasil com os personagens" que marcaram a obra do avô. Ele e o tio, o artista plástico Manuel Dantas Suassuna, acompanharam o processo criativo do novo roteiro
O projeto do filme foi discutido entre a família e os produtores desde 2019. O roteiro foi desenvolvido durante a pandemia de covid-19.
Para João Falcão, que assina o roteiro com Adriana Falcão e Guel Arraes, a colaboração da família do escritor foi fundamental "para que o filme encontrasse seu caminho". Sem a orientação direta de Ariano Suassuna, Falcão explica que o desafio da equipe foi preservar a essência do original estabelecendo critérios claros, criando parâmetros como o tom farsesco e a coerência dos protagonistas.
O roteiro não utilizou personagens coadjuvantes, já que todos morreram no final do primeiro filme, e foi estruturado como uma trama única, diferentemente do formato em episódios do longa anterior. "Só batemos o martelo quando começamos a nos divertir com os personagens e suas invenções. Como se João Grilo e Chicó tivessem chegado junto e demonstrado que desejavam o reencontro", afirma o roteirista.
A escrita, diz ele, foi cuidadosa ao trabalhar com uma obra tão emblemática. "Tínhamos muita cerimônia na hora de criar em cima do original de Ariano, mas percebemos que o excesso de zelo nos travava. Decidimos, então, contar nossa própria história dentro de um universo já familiar".
"Nunca achamos que seria fácil e, até a decisão de seguir, tivemos diversos encontros de criação. Só batemos o martelo quando começamos a nos divertir com os personagens e suas invenções", lembra João Falcão, que assina o roteiro com Adriana Falcão e Guel Arraes. "Como se João Grilo e Chicó tivessem chegado junto e demonstrado que desejavam o reencontro. Depois disso foram três anos elaborando o roteiro, que ou por inúmeras versões até chegar à forma final”.
Orgulhos Coxinenses
H á mais de três décadas, quando a noite se insinua silenciosa sobre o coração de Coxim, uma chama se acende não apenas no fogão a lenha que crepita...
6 de junho de 2025
Há mais de três décadas, quando a noite se insinua silenciosa sobre o coração de Coxim, uma chama se acende não apenas no fogão a lenha que crepita no canto de um tradicional bar, mas também na alma de uma cidade que aprendeu a encontrar, no simples e no generoso, um pedaço de si mesma.
Ali, na região central do município, entre ruas que guardam histórias do ciclo do ouro, dos antigos tropeiros e das batalhas que marcaram a formação do Estado, José Alves de Oliveira — ou, como todos carinhosamente o conhecem, “Zé Tombado” — mantém viva uma das tradições mais singelas e, ao mesmo tempo, mais potentes que essa terra conhece: o preparo do caldo servido gratuitamente às quartas e sextas-feiras, um ritual que, há mais de 30 anos, aquece corpos e almas.
Coxim é terra de águas generosas, com seus rios Coxim, Taquari e Jauru, que, desde os tempos coloniais, foram rotas de navegadores, bandeirantes e comerciantes. É também um reduto da cultura pantaneira, marcada pela rusticidade, pela hospitalidade e pela música que eterniza o amor pela natureza e pelos costumes locais. E é nesse caldo cultural, forjado ao longo dos séculos, que o bar de Zé Tombado se insere, como mais uma vertente viva da tradição coxinense.
Zé Tombado carrega no rosto o traço dos que aprenderam a envelhecer com serenidade e, nas mãos, a força dos que, silenciosamente, constroem cultura. Às 13 horas, quando a lenha começa a estalar, ele dá início ao preparo do caldo de feijão branco, reforçado com carne, ossinho e legumes, que vai ganhando consistência, aroma e alma, até alcançar o ponto ideal, servido sempre a partir das 21h30.
O que antes era apenas um gesto para agradar amigos íntimos se transformou, com o ar do tempo, em um verdadeiro reduto cultural de Coxim. O bar de Zé Tombado transcendeu as paredes de tijolos e madeira, transformando-se em um ponto de encontro obrigatório, onde se respira a essência da cidade.
Hoje, é impossível vir a Coxim e não visitar o bar de Zé Tombado. O lugar se consolidou como um símbolo da cultura coxinense, não apenas pelo caldo saboroso que exala do fogão a lenha, mas, principalmente, pelo que ele representa: música de raiz, conversas demoradas, amizades sinceras e um clima familiar que acolhe a todos, sem distinção. Ali, sob a sombra de árvores antigas e ao som de modas de viola, revive-se um pedaço da tradição pantaneira, onde o homem e a natureza se fundem numa mesma identidade.
Frequentado por toda a cidade, o bar é uma síntese democrática: da autoridade ao boêmio, do caminhoneiro ao poeta, do jovem ao mais velho, todos se reúnem em torno da mesma mesa invisível, sob o mesmo teto de estrelas, comungando de uma tradição que não pede nada em troca — apenas respeito, presença e um prato limpo ao final.
A generosidade de Zé Tombado é um traço que o distingue: apesar de não cobrar pelo caldo e viver da venda de bebidas, mantém apenas uma caixinha de colaboração, para quem quiser, espontaneamente, contribuir. Muitos já o aconselharam a cobrar pela refeição, mas ele, firme, repete o que aprendeu com a própria vida: “Nunca cobrei, e não vai ser agora que vou cobrar.”
O apelido, esse, nasceu de uma dessas agens que a cidade transforma em anedota. Depois de uma noite animada, Zé estacionou seu Opala na antiga feira de Coxim, comeu um espetinho e, vencido pelo sono, adormeceu no banco do carro. Os amigos, que não deixavam ar uma boa oportunidade de brincar, apelidaram-no de “Zé Tombado” — um nome que virou sobrenome afetivo e que, hoje, é sinônimo não apenas de um homem, mas de um modo de viver.
Mais do que um bar, o espaço de Zé Tombado é um patrimônio imaterial de Coxim. É um lugar onde a cultura se preserva e se atualiza, onde os laços comunitários se estreitam e onde o tempo parece correr diferente — com menos pressa, com mais sentido.
Numa cidade cuja história remonta aos idos do século XVIII, com a instalação de fazendas e fortificações militares, Coxim carrega em si a herança das bandeiras paulistas e a resistência dos povos originários, cuja presença moldou a paisagem física e cultural da região. O bar de Zé Tombado, inserido nesse contexto, representa uma continuidade dessa tradição de hospitalidade e resistência, marcada pela solidariedade, pela celebração da comida como um bem coletivo e pela manutenção das relações comunitárias.
Em tempos de modernização e urbanização acelerada, o bar se mantém como um dos poucos espaços onde ainda se pode experimentar, de maneira autêntica, o calor humano e o sentido comunitário que são marcas profundas da cultura do interior brasileiro.
Numa época marcada pela velocidade das redes, pela frieza dos algoritmos e pelo isolamento urbano, o bar de Zé Tombado permanece como um refúgio caloroso, onde o que vale não é o quanto se tem, mas o quanto se compartilha. A lenha que queima no fogão é a mesma que mantém acesa a chama da tradição, e o caldo que se serve é também memória líquida de uma cidade inteira, que ali se reconhece e se celebra.
E assim, semana após semana, a cidade segue se reunindo em torno do fogão e do homem que, com sua simplicidade, transformou o cotidiano em lenda. Para os que chegam, há sempre um prato de caldo quente, um sorriso aberto, uma música que embala e uma certeza: em Coxim, o bar de Zé Tombado é mais que um destino — é um ritual de pertencimento.
Que siga, por muitos anos ainda, tombado na memória da cidade — não como quem caiu, mas como quem, há muito tempo, ergueu um dos pilares mais autênticos da cultura e da história coxinense.
Salve, Zé Tombado!
Cultura
Ivanildo José da Silva - Ivan Há trajetórias que se constroem silenciosamente, pedra sobre pedra, até que, um dia, se tornam marcos incontornáveis de uma...
30 de maio de 2025
Há trajetórias que se constroem silenciosamente, pedra sobre pedra, até que, um dia, se tornam marcos incontornáveis de uma comunidade. A vida de Ivanildo José da Silva é uma dessas histórias, onde o amor pelas artes, pela cultura e pela educação se entrelaçam numa tessitura que não se desfaz.
Natural de Coxim, cidade do interior de Mato Grosso do Sul, Ivanildo percorreu os corredores da Escola Pedro Mendes Fontoura desde a infância até o fim da adolescência, onde, entre livros e sonhos, começou a germinar a vocação que o levaria a se tornar uma das mais destacadas figuras no campo das artes cênicas e dos estudos literários da região.
Graduou-se em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde deu início à sua formação acadêmica sólida e multifacetada. Não se limitou às paredes da sala de aula: participou ativamente de projetos de pesquisa, ensino e extensão, que o prepararam para atuar com excelência como professor e pesquisador. Muito antes do diploma, sua identidade profissional já se anunciava na prática cotidiana da educação e da cultura.
Entre 2009 e 2011, assumiu a presidência da Fundação Professora Clarice Rondon dos Santos (FUNRONDON), uma instituição voltada para o fomento das manifestações culturais em diversas linguagens: teatro, música, dança, cinema, pintura, escultura. Sua gestão não apenas fortaleceu esses setores, mas deixou um legado de projetos e ações que marcaram a cena cultural de Coxim. Simultaneamente, sua participação no Conselho Municipal de Cultura reafirmou seu compromisso político e social com a arte como um direito e uma necessidade.
Mas é no teatro que Ivanildo se revela por completo: como diretor da Escola Estadual Pedro Mendes Fontoura, entre 2012 e 2014, conduziu montagens memoráveis, como Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado, e As alegres senhoras de Herculânea, de Wagner Rondora, uma ode às memórias e lendas de sua cidade natal.
O compromisso com o palco expandiu-se para a pesquisa. Em 2014, publicou Pelo buraco da fechadura: identidade cultural em O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues, uma obra que nasce de sua dissertação de mestrado e que oferece uma leitura aguda da dramaturgia rodriguiana, reconhecida como um dos pilares do teatro brasileiro moderno. Não por acaso, suas investigações e reflexões o levaram a congressos e simpósios dentro e fora do país Brasil, Argentina, Uruguai onde difundiu o legado de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos e Henrik Ibsen, nomes que também moldaram sua própria trajetória intelectual.
O percurso acadêmico prosseguiu com o doutorado em Letras pela UNESP, em São José do Rio Preto, onde entre 2017 e 2019 aprofundou seus estudos dramatúrgicos, debruçando-se sobre clássicos como Casa de Bonecas, de Ibsen, e A Dança Final, de Plínio Marcos. O rigor e a paixão pelo teatro transformaram-no em referência nos estudos de literatura dramática.
Mas Ivanildo é, acima de tudo, um homem de ação. Desde 1997, integra o Grupo Teatral Coxinense, coletivo com o qual criou e apresentou espetáculos que celebram e questionam a cultura sul-mato-grossense. Entre esses trabalhos, destaca-se Na rodagem dos Tocos, também de Wagner Rondora, que aborda o processo de ocupação do Vale do Taquari e que foi premiado no Festival Sul-Mato-Grossense de Teatro, evidenciando a força criativa e crítica do grupo.
Na UFMS, além de docente, coordenou o curso de Letras entre 2020 e 2023, liderando importantes projetos que unem ensino, pesquisa e extensão. Projetos como Melhor Idade em Cena: o teatro na promoção da saúde do idoso e Teatro em Rede: conexões culturais em Literatura dramática mostram sua crença inabalável no teatro como ferramenta de inclusão e transformação social. A experiência também se estendeu ao Inverteatos Cia Teatral, iniciativa voltada para a formação de novos artistas e para a difusão do teatro junto à comunidade de Coxim e região.
Entre as curiosidades de sua trajetória, consta a aprovação em concurso para o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), campus de Aquidauana, em 2014. Contudo, optou por permanecer na UFMS, onde segue sua missão acadêmica e artística, deixando sua marca indelével na instituição.
Ivanildo também é membro ativo do Grupo de Pesquisa Ícaro (CNPq) e do GT Dramaturgia e Teatro da ANPOLL, reafirmando seu papel como intelectual engajado na cena nacional de estudos literários e teatrais.
Fora dos palcos e das salas de aula, cultiva outro espaço de desafio e superação: o crossfit, prática à qual se dedica com o mesmo entusiasmo e disciplina que marcam todas as suas empreitadas.
A trajetória de Ivanildo José da Silva é um testemunho vivo de que a arte, a educação e a cultura podem e devem caminhar juntas. Mais do que um professor, pesquisador ou artista, ele é um agente de transformação, alguém que soube conjugar talento e compromisso para fazer do teatro, da palavra e da ação instrumentos poderosos de mudança social e afirmação cultural. Por tudo isso e toda sua dedicação ao teatro e suas extensões você é um orgulhoso Coxinense Ivanildo José, ou simplesmente Ivan.
Há vidas que, mesmo após o silêncio derradeiro, seguem vibrando na memória das cidades, como rios que jamais cessam sua correnteza. Assim é Noêmia Serrou Camy de Araújo mulher de alma generosa, presença delicada e força ancestral, que moldou sua existência com a mesma firmeza e beleza com que o seu avô, Jean Serrou Camy, moldava a madeira das igrejas e casarões.
Nascida em 14 de maio de 1931, no berço sólido e simbólico da Fazenda São Pedro, onde histórias e destinos se entrelaçam como galhos de uma mesma árvore frondosa, Noêmia foi a sexta flor entre doze irmãos. Desde cedo, aprendeu a ser raiz e abrigo, sustentáculo de uma família vasta, descendente de pioneiros que desbravaram terras e corações.
Casou-se com Ênnio de Araújo e, juntos, semearam novas vidas, ampliando a árvore genealógica que perfuma e enriquece a história de Coxim. Mas foi além da vida doméstica que Noêmia desenhou sua marca: com mãos habilidosas e espírito incansável, atuou como professora, tabeliã, conselheira e amiga, tornando-se, para muitos, um porto seguro onde repousar a confiança.
Sua casa era um espaço de acolhida e calor, onde, nas férias escolares ou nas festividades como a Festa do Divino, a alegria se espalhava entre risos e as fumegantes, costurando memórias em bordados invisíveis, tecidos com afeto. Noêmia sabia das coisas simples e essenciais: cozinhar, ouvir, aconselhar, contar histórias, trançar cabelos e destinos.
Católica fervorosa, foi ponte entre a tradição e a renovação, trazendo a espiritualidade carismática para sua cidade natal, sem jamais perder a doçura e a firmeza. Ao lado da devoção, sempre esteve o compromisso com os mais humildes quem precisasse, encontrava nela uma mão estendida, uma palavra que aquecia.
Na praça, nos bailes, nos aniversários ou nos encontros à beira do rio, sua presença era luz discreta, mas indispensável. E mesmo na lida do cartório, onde a precisão era regra, sabia deixar impressa a ternura: ensinou datilografia e caligrafia, como quem ensina não apenas um ofício, mas um modo de ser.
Partiu aos 64 anos, no dia 26 de outubro de 1995, mas não partiu de fato: permanece onde sempre esteve, na alma da cidade, agora eternizada na praça que leva seu nome, margeando o Taquari, entre as ruas que guardam a memória dos que, como ela, edificaram Coxim com gestos silenciosos e corajosos.
Ali, na Praça Noêmia Serrou Camy de Araújo que o povo carinhosamente chama de Praça do Flutuante , sua história segue viva, misturada à brisa que sopra sobre as águas, aos os apressados ou contemplativos de quem ali a, talvez sem saber que pisa sobre solo sagrado, regado por uma vida que soube ser semente, tronco e flor. Noêmia é, e sempre será, mais que um nome gravado numa placa: é poesia entranhada nas raízes de uma cidade, é memória que canta no coração de quem ama Coxim.