sábado, 07 de junho, 2025
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DESMATAMENTO E QUEIMADAS: A RESPONSABILIDADE COLETIVA DIANTE DO AQUECIMENTO GLOBAL E DA TRAGÉDIA AMBIENTAL.
Em abril de 2020 o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles declarou é hora de aproveitar que os olhos da impressa estavam voltados para o coronavírus, para “ir ando a boiada e mudando o regramento”. Apesar dele e seus seguidores estarem sumidos após a tragédia do Rio Grande do Sul, onde boa parte do Estado foi inundado; muitos se perguntam, mas, o que eu tenho a ver com o desmatamento e as queimadas na Amazônia e no Pantanal?
Muito embora a ciência tenha avançado vertiginosamente nos últimos séculos, uma parte considerável da população não evoluiu, e, ainda acredita em misticismo, ignorando a ciência, e, há, ainda, os que lutam contra a ciência em prol de suas crenças e dos seus bolsos. Todavia, a verdade é que desde 1896 já se sabia do aquecimento global, o cientista sueco Svante Arrhenius publicou artigo dizendo que à medida que a humidade emitisse mais gás carbónico iriamos aumentar a temperatura do planeta.
Esse aumento da temperatura do planeta é chamado de aquecimento global, que está relacionado diretamente às ações antrópicas (atividades do homem), desde a primeira revolução industrial. Como se sabe, a terra é coberta por uma camada de gases: gás carbônico (CO²), metano (CH4), óxido nitroso (N²O) e vapor d’água. É essa camada que impede que o calor dos raios solares absorvidos se disperse totalmente, mantendo equilibrada a temperatura do planeta. Parte da radiação solar que chega na Terra é refletida e retorna para o espaço. Outra parte é absorvida pela superfície terrestre e pelos oceanos. E outra parcela é retida por esta camada de gases, que causa o fenômeno natural denominado de efeito estufa, fundamental para a manutenção da vida no planeta.
Sem o efeito estufa a Terra seria extremamente gelada, o que não permitiria a existência das espécies. Ocorre que, essa camada de gases vem aumentando com o ar dos anos, devido a certas atividades humanas, iniciadas com a Revolução Industrial, que emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa, os chamados GEE – gases de efeito estufa (o dióxido de carbono, o metano, o óxido nitroso e os CFCs – clorofluorcarbonos, causadores do “buraco” na camada de ozônio), fato que tem aumentado a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e provocado o aquecimento global.
As ações humanas que aumentam o aquecimento global são: a poluição do ar e das águas; a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, como diesel e gasolina, carvão mineral e gás natural) para geração de energia; certas atividades industriais e transporte; agropecuária; descarte de resíduos sólidos; queimadas e desmatamento.
Então, respondendo à pergunta inicial, qual é a nossa responsabilidade com o desmatamento e queimadas na Amazônia e no Pantanal? Diria que nossa responsabilidade é integral, pois, nós votamos nos políticos que definem as regras por meio de lei, estas que vão direcionar o desenvolvimento. Logo, ao votar em candidatos que desprezam o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável estamos votando no nosso fim enquanto espécie, haja vista que a Amazônia e o Pantanal são biomas que exercem influência direta no clima.
Infelizmente, a elite brasileira nunca pensou na nação, sempre pensou em seus bolsos, por isso que até hoje não fizemos a reforma agrária, e, a nossa desigualdade social é gigantesca. Mas, agora, com a tragédia do Rio Grande do Sul, que ignorou relatórios climáticos desde 2015, talvez a nossa cumplicidade com o que está errado chegue ao fim.
Mas não será tarefa fácil, pois, a nossa cultura é a do dinheiro, portanto, proibir a invasão das margens dos rios será uma dura batalha que todas as cidades deverão enfrentar.
Alex
Em 2013, o Grupo CCR venceu o leilão de concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul com a promessa de transformar a principal via de escoamento da produção agrícola...
28 de mar�o de 2025
Em 2013, o Grupo CCR venceu o leilão de concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul com a promessa de transformar a principal via de escoamento da produção agrícola do Estado em uma rodovia moderna, segura e eficiente. Com uma tarifa básica de pedágio proposta em R$ 0,04381 por quilômetro, a proposta foi recebida com entusiasmo. A concessão abrange 847,2 km, entre a divisa com o Mato Grosso e a fronteira com o Paraná.
Nos primeiros cinco anos de contrato, a concessionária deveria investir R$ 2,05 bilhões dos R$ 5,7 bilhões previstos, incluindo a duplicação de 806,3 km — aproximadamente 95% do total concedido. No entanto, mais de uma década depois, a realidade da BR-163/MS está muito distante do prometido.
As obras de duplicação praticamente não aconteceram. O que se vê hoje é uma rodovia esburacada, sem sinalização adequada, sem acostamento em diversos trechos, com áreas propensas à aquaplanagem, pontos de alagamento e riscos constantes de acidentes. A infraestrutura prometida, como os Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), a recuperação emergencial de pontes e drenagens, e a adequação de os e arelas, tampouco foi concluída.
Ainda assim, os pedágios, que deveriam refletir uma via duplicada e bem conservada, dobraram de valor. Em Campo Grande, a tarifa ou de R$ 4,90 para R$ 9,40. Em Bandeirantes/Jaraguari, de R$ 3,80 para R$ 7,40. Em São Gabriel do Oeste, de R$ 3,70 para R$ 7,10. Em Rio Verde de Mato Grosso, de R$ 4,80 para R$ 9,40. E em Pedro Gomes, de R$ 3,60 para R$ 7,00. O valor médio, que era R$ 7,52 a cada 100 km, chegará a R$ 15,13 — mesmo em pistas simples e sem as melhorias previstas.
A CCR, por meio da concessionária MSVia, recebeu um generoso financiamento público: R$ 2,319 bilhões do BNDES, além de recursos da Caixa Econômica Federal e autorização para emitir debêntures de infraestrutura. Ou seja, o investimento foi praticamente todo bancado com dinheiro público, sem a injeção do capital privado inicialmente prometido. Mesmo assim, a concessionária não cumpriu o contrato.
E o que fizeram os órgãos fiscalizadores? O Tribunal de Contas da União (TCU), ao invés de responsabilizar a empresa por inadimplência contratual, celebrou um novo acordo que amplia a concessão até 2054 — uma década além do prazo original — e prevê novos investimentos da ordem de R$ 16,9 bilhões. Porém, esses valores são R$ 2,53 bilhões superiores aos estudos técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), revelando mais uma contradição entre o planejado e o executado.
O novo pacote de obras inclui 203 km de duplicações, 147 km de terceiras faixas, 22 km de vias marginais, além de melhorias em acostamentos, os, dispositivos de segurança e a implantação de arelas. Além da duplicação ser reduzida em 603 km, a pergunta que fica é: quem garante que essas novas promessas serão cumpridas?
Enquanto isso, a população sul-mato-grossense segue calada. Não há protestos significativos ou mobilização civil contra um contrato descumprido, um serviço precário e tarifas abusivas.
Por isso, ganha ainda mais relevância o movimento liderado pelo Deputado Estadual Junior Mochi, que vem promovendo audiências públicas em diversas cidades do Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa busca romper o ciclo de omissão e dar voz à população, cobrando transparência e providências concretas.
O silêncio da sociedade apenas reforça um cenário de impunidade e negligência. A BR-163, que deveria ser um corredor de desenvolvimento, tornou-se um símbolo do descaso, da conivência institucional e da apatia coletiva.
A grande pergunta que permanece é: até quando vamos aceitar isso calados?
Alex
No dia 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, um momento essencial para refletirmos sobre a atual conjuntura social. Em 2024, mais de 1.387 mulheres foram vítimas de...
7 de mar�o de 2025
No dia 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, um momento essencial para refletirmos sobre a atual conjuntura social. Em 2024, mais de 1.387 mulheres foram vítimas de feminicídio e mais de 78.436 foram estupradas, o que equivale a 214 vítimas por dia, ou 9 mulheres violentadas a cada hora, segundo dados do SINESP.
Diante dessa realidade alarmante, cresce no Brasil um movimento que prega o retorno da mulher ao "feminino", conceito que suscita debates sobre os papéis impostos historicamente ao gênero feminino. Simone de Beauvoir apontou que a sociedade patriarcal sempre reservou às mulheres posições subalternas, vinculando-as ao cuidado do lar, dos filhos e a servir o marido. A historiadora Silvia Federici argumenta que a atribuição do trabalho doméstico às mulheres serviu aos interesses de um sistema branco, masculino e capitalista, que se apropriou de sua mão de obra sem remunerá-la, desvalorizando-a.
Leandro Karnal e Luiz Estevam ensinam que a misoginia é o preconceito mais antigo e disseminado no mundo, remontando ao mito de Eva, a quem se atribuiu a responsabilidade pela queda de Adão. Na filosofia medieval, Thomás de Aquino chegou a afirmar que "a mulher é um macho deficiente". Na ciência, a interpretação de achados arqueológicos também reflete essa visão sexista: Lucy, um Australopithecus afarensis descoberto na África em 1974, foi representada como dependente e submissa a um macho, a despeito da falta de evidências concretas que justificassem essa abordagem.
Estudos indicam que sociedades paleolíticas poderiam ser matriarcais. No século XIX e no início do século XX, arqueólogos encontraram estatuetas da chamada "era do gelo" representando corpos femininos. Em 1901, Arthur Evans descobriu vestígios da civilização minoica na ilha de Creta, onde estatuetas femininas segurando serpentes sugeriam um culto às deusas, indicando uma estrutura social matriarcal e menos beligerante.
Na Europa medieval, a misoginia clássica e a visão cristã se fundiram, colocando a mulher entre a cruz e a espada. Elas eram divididas entre o modelo inatingível da Virgem Maria ou o estigma de Eva, a pecadora e tentadora. Esse discurso justificou perseguições brutais, culminando na morte de mais de 100 mil mulheres acusadas de bruxaria.
A revisão histórica é fundamental para evitar a romantização da submissão feminina. O problema não está na escolha de ser dona de casa, mas na imposição desse papel com base no sexo biológico. O Código Civil de 1916, por exemplo, previa no artigo 233 que o marido era o chefe da sociedade conjugal, relegando a mulher à condição de "não sujeito", sem autonomia sobre sua própria vida. Essa desumanização é a raiz da violência de gênero e do feminicídio.
O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma data comemorativa, mas um convite à reflexão e à ação. A igualdade de gênero não deve ser uma concessão, mas um direito fundamental.