sábado, 07 de junho, 2025
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Em um episódio que poderia ter terminado em tragédia, um motorista de Coxim (MS) viveu momentos de puro desespero e renascimento na última sexta-feira (9), após a carreta que dirigia despencar no Rio Paraná, na região de Porto São José, no município de São Pedro do Paraná (PR).
A cena, capturada por câmeras de segurança e testemunhada por moradores locais, parece saída de um filme: a carreta carregada com cerca de 39 toneladas de fertilizante perdeu o controle em uma descida acentuada, cruzou a via e mergulhou com violência nas águas profundas do rio.
No coração daquele caos, o motorista cuja identidade ainda não foi divulgada oficialmente lutou pela própria vida. Mesmo com a cabine sendo invadida pela água, ele conseguiu escapar antes que o veículo afundasse completamente. Milagrosamente, saiu sem ferimentos, apenas com o susto estampado no rosto e o corpo tomado pela adrenalina.
Segundo a Defesa Civil de São Pedro do Paraná, a falha nos freios foi a provável causa do acidente. “Ele agiu com sangue frio, conseguiu sair da cabine a tempo. Foi uma cena assustadora, mas felizmente, estamos falando de um sobrevivente”, disse Usiel Baldoino, coordenador da Defesa Civil e secretário de Obras do município.
Moradores próximos relataram o barulho ensurdecedor do impacto, seguido de correria e oração. “A gente pensou que ele tinha morrido, foi um milagre ele sair vivo”, contou uma testemunha que presenciou o acidente da margem.
A carreta fazia o trajeto rumo a Rondonópolis (MT) e agora permanece submersa no rio, aguardando procedimentos para remoção. Equipes da Marinha, Instituto Água e Terra (IAT) e órgãos ambientais acompanham o caso para avaliar os impactos da carga no ecossistema local.
Enquanto as autoridades investigam os detalhes técnicos, o motorista retorna para casa com a vida preservada e uma história que poucos viveram para contar.
Em tempos de tantas perdas e incertezas, a sobrevivência deste homem é um lembrete poderoso: entre o aço e as águas, ainda há espaço para o milagre.
Acidente
Um acidente de trânsito envolvendo duas motocicletas mobilizou equipes de resgate na tarde desta quinta-feira (5), no centro de Coxim. A colisão ocorreu em uma das vias mais...
5 de junho de 2025
Um acidente de trânsito envolvendo duas motocicletas mobilizou equipes de resgate na tarde desta quinta-feira (5), no centro de Coxim. A colisão ocorreu em uma das vias mais movimentadas da região, quando uma vendedora que retornava ao trabalho colidiu com um entregador de supermercado.
De acordo com as informações apuradas no local, o entregador do supermercado não sofreu ferimentos e dispensou atendimento médico. Já a vendedora sofreu algumas escoriações e precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Ela foi encaminhada consciente ao Hospital Regional de Coxim, onde ou por exames médicos para avaliação de possíveis lesões, ela segue fora de perigo.
Testemunhas relataram que o acidente aconteceu em um cruzamento, mas as causas ainda serão apuradas pelas autoridades competentes. A Polícia Militar foi acionada para organizar o trânsito e registrar a ocorrência.
O trânsito ficou parcialmente interditado durante o atendimento, mas foi rapidamente normalizado.
Este é mais um alerta para a necessidade de atenção redobrada de motoristas e motociclistas, especialmente em áreas centrais de grande fluxo de veículos e pedestres.
Acidente
Mato Grosso do Sul já contabiliza, só em 2025, 114 mortes no trânsito o segundo pior índice em seis anos, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Justiça...
3 de junho de 2025
Mato Grosso do Sul já contabiliza, só em 2025, 114 mortes no trânsito o segundo pior índice em seis anos, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O número assusta e reforça uma triste constatação: apesar dos veículos mais modernos e das campanhas educativas cada vez mais frequentes, o comportamento humano segue como a principal causa dessa tragédia cotidiana.
Entre os dias 1º e 25 de maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 97 acidentes e 14 mortes apenas nas rodovias federais que cortam o Estado. Para a corporação, ultraagens perigosas, uso do celular ao volante, ausência de cinto de segurança e embriaguez são os principais fatores que transformam ruas e estradas em campos de batalha.
E quantas famílias inclusive de Coxim estão chorando neste momento por perder algum ente querido ou amigo pela imprudência de alguns no trânsito?
Mas os efeitos dessa epidemia não se restringem às estatísticas de óbitos: atingem, com força, o já fragilizado sistema de saúde pública. O Hospital Adventista do Pênfigo, referência no atendimento de traumas em Campo Grande, gasta R$ 3 milhões por ano apenas com cirurgias decorrentes de acidentes de trânsito. São, em média, 160 pacientes por mês e um custo de R$ 1.520 por procedimento, despesas bancadas por contratos públicos.
Na Santa Casa, maior hospital de referência do Estado, a situação é ainda mais grave. Operando com um déficit mensal de R$ 13 milhões, a unidade chegou a bloquear a entrada de novos pacientes, diante da falta de insumos cirúrgicos. O cenário de sobrecarga tem dias e horários previsíveis: finais de semana, feriados e festas, quando o número de vítimas do trânsito explode e domina os prontos-socorros.
Enquanto as unidades de saúde contam os prejuízos e istram a superlotação, o poder público ite a ausência de um diagnóstico claro sobre os custos dessa violência. A Secretaria Estadual de Saúde revelou que não realiza qualquer estimativa consolidada sobre os gastos com atendimento a vítimas de acidentes. Já a Prefeitura de Campo Grande sequer respondeu aos pedidos de informação. Em contraste, São Paulo, maior cidade do país, gastou R$ 35 milhões em 2024 com atendimento a vítimas de trânsito; o Sistema Único de Saúde (SUS), R$ 314 milhões em todo o país números que especialistas apontam como subestimados.
Esse abismo entre ações pontuais de conscientização e a realidade brutal das estradas evidencia o que especialistas classificam como um problema enraizado: uma cultura de impunidade e irresponsabilidade social. Como lembrou o filósofo Paul Virilio: “quando você inventa o navio, também inventa o naufrágio”. O automóvel, símbolo de liberdade e progresso, tornou-se também uma arma letal diante da falência ética em seu uso e da fragilidade da regulação pública.
Os dados do Atlas da Violência 2024 confirmam a tendência: entre 2018 e 2023, as mortes por acidentes de trânsito em Mato Grosso do Sul aumentaram 20,9%. O índice revela não apenas falhas individuais, mas um colapso mais amplo de infraestrutura, fiscalização e, sobretudo, de priorização da vida nas políticas públicas.
“O trânsito é um espelho da sociedade”, afirma Renato Campestrini, especialista em segurança viária do Observatório Nacional de Segurança Viária. “Quando vemos esses números, estamos vendo também a falência de um pacto coletivo por civilidade.”
No centro dessa tragédia estão vidas interrompidas e famílias devastadas, mas também um Estado que, ao negligenciar a prevenção e a fiscalização, transfere aos hospitais lotados e mal financiados a fatura de sua omissão.
Mudar esse quadro exige mais do que campanhas publicitárias pontuais em datas simbólicas como o Maio Amarelo. É necessário um compromisso contínuo com investimentos em infraestrutura, fiscalização rigorosa, educação cidadã e políticas públicas que realmente coloquem a dignidade humana e o direito à vida no centro da gestão do trânsito, com isso vidas importantes para todos nós poderão ser preservadas.